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  • paulocarames 1:46 em 12/07/2019 Link Permanente | Resposta
    Tags: , , Beau Berdahl Oliver, Blaze Berdahl, , Brad Greenquist, cemitério maldito, church, Dale Midkiff, Denise Crosby, Fred Gwynne, gage, Jason Clarke, John Lithgow, Mary Lambert, o cemitério, pet sematary, , , , ,   

    Filme – Cemitério Maldito (Pet Sematary) 1989/2019 

    Sinopse: Um médico muda para a pequena e fictícia Ludlow (onde vai assumir uma posição na Universidade do Maine) acompanhado pela esposa e os dois filhos do casal, além do gato da família.

    Eles irão descobrir que uma perigosa estrada frequentada por caminhões em alta velocidade cruza na porta da sua casa, enquanto nos fundos de sua propriedade está localizado um cemitério de animais.

    Baseado em obra de Stephen King, não é um conto de terror, mas uma história de escolhas entre vida e morte.

    ———————— SPOILERS A SEGUIR ————————

    1989:
    O primeiro terço da trama é autobiográfico. King havia mudado com a família para lecionar na Universidade do Maine e não só o gato de sua filha morreu atropelado como seu filho quase teve o mesmo fim, sendo salvo pelo vizinho. E, claro, nos fundos da propriedade havia um cemitério de animais.

    A partir desta experiência surgiu o livro que quase não foi lançado devido a trama macabra. Para saldar o débito de um título frente a editora, acabou publicado em 1983 e em inglês preservou o mesmo nome (Pet Sematary, algo como Simitério de Bichos) embora por aqui tenha ganho títulos distintos (Cemitério Maldito para o filme e O Cemitério para o livro).

    A grafia errada do título é fruto do cemitério em questão ter sido idealizado por crianças, que enterravam seus animaizinhos vitimados na estrada. Os direitos para adaptar a obra haviam sido comprados mas o projeto não avançava. Até que uma greve de roteiristas foi o pretexto ideal para que a produção começasse a tomar forma.

    O experiente Fred Gwynne (da série Car 54, Where Are You?) incorpora com fidelidade tanto sotaque quanto figurino do Jud Crandall da literatura. Ao se apresentar, o vizinho logo é questionado a respeito da misteriosa trilha presente nos fundos do terreno da recém chegada família Creed. Constrangido, o idoso promete uma explicação satisfatória em momento mais adequado.

    Apesar do desgosto de Rachel (Denise Crosby), Jud cumpre a promessa e apresenta o tal cemitério e os motivos da sua existência, o que semeia no imaginário da pequena Ellie (Blaze Berdahl/Beau Berdahl Oliver) o medo de perder seu gato, Church.

    Na escola o doutor Louis (Dale Midkiff) tenta sem sucesso salvar o jovem Victor Pascow (Brad Greenquist), vítima de um atropelamento. Pascow, agradecido, aparece em sonho para alertá-lo a não ir além do Cemitério de Bichos.

    No entanto, sem cultivar uma boa relação com os sogros, ele deixa de acompanhar a família em uma viagem a Chicago no feriado de ação de graças. É quando ele e Jud descobrem que Church foi morto, provavelmente atropelado. Eles partem em uma jornada além do Cemitério de Bichos e enterram o gato em um antigo cemitério indígena.

    Ocultando o real significado deste ato, Jud acredita estar preservando Ellie da dura realidade de encarar uma perda tão cedo. O segundo terço do filme começa com Church retornando pra casa. Jud então conta a Louis a lenda dos Micmac e a história de como ele próprio enterrou seu cão Spot que ressurgiu com vida, apesar de precisar sacrificá-lo após algum tempo pois todos que retornam de lá, não voltam exatamente os mesmos de antes.

    A empregada da família comete suicídio, numa aparente influência do mal que fora despertado no cemitério índio. Neste ponto vem à tona a dificuldade de Rachel em lidar com a morte, culpando-se pelo sofrimento da irmã de quem ela cuidava quando esta morreu.

    Stephen King, que tem grande apreço pelos Ramones, em seu livro cita Rockaway Beach, enquanto no filme vemos um caminhoneiro ao som de Sheena is a Punk Rocker, ele não freia a tempo e o pequeno Gage é morto. Inevitável prever o desdobramento da situação.

    Louis finge ignorar a rixa com o sogro e despacha esposa e filha rumo a Chicago para buscarem alento. Sua real intenção é trazer o filho de volta, a despeito dos conselhos de Pascow e do arrependido Jud.

    Pascow, que agora tentar alertar Ellie através de sonhos, também passa a ajudar Rachel na tentativa de chegar em casa para evitar que o marido cometa uma loucura.

    O ato final faz jus a avaliação de King, que considera esta sua obra mais sombria. Quando Gage volta dos mortos, mata Jud e Rachel. Louis em aparente momento de lucidez dá fim a Church e Gage mas, em mais uma atitude desesperada, enterra a esposa – que retorna e por fim o mata.

    Ao final, os créditos sobem ao som de Pet Sematary, composta pelos Ramones a pedido do próprio autor. A canção acabou sendo um dos maiores sucessos da banda e seu videoclipe teve duas versões. Na primeira, a banda toca enquanto são enterrados intercalando cenas do filme. Na versão alternativa, as cenas do filme dão lugar a uma filmagem da banda em preto e branco caminhando por um cemitério em meio às lápides.

    Stephen King impôs que Cemitério Maldito fosse rodado em sua terra natal (Maine) e assinou o roteiro promovendo a mudança no papel de dois personagens em relação ao livro: Norma, esposa de Jud, já é falecida (no livro ela morre durante a trama) enquanto a empregada, Missy (Susan Blommaert), aqui ganha mais destaque em cena.

    A trama é permeada pela disputa entre o espírito de Pascow e os conselhos de Jud, como anjos (do bem e do mal) tentando influenciar Louis em relação a ir ou não ao cemitério Micmac.

    Uma outra forma de encarar a trama é considerar este um conto tendo o cemitério como gênio que concede três desejos. Louis usa todos (reviver Church, Gage e Rachel) e paga com a vida.

    George Romero chegou a ser cotado para direção que acabou a cargo de Mary Lambert (responsável pelo videoclipe de Say You Will de Mick Jagger e por Material Girl de Madonna). King faz uma pequena participação como padre, no enterro de Missy. A trilha sonora ficou a cargo de Elliot Goldenthal (Drugstore Cowboy, Alien 3 e Batman Eternamente).

    2019:
    Os remakes servem pra tirar a poeira da versão anterior, a exemplo de Carrie (1977/2013) e do bem sucedido caso de IT (1990/2017), ambas obras primas de King e clássicos do cinema. No entanto, os diretores Kevin Kölsch e Dennis Widmyer ao tentar atualizar a trama para uma audiência renovada, pecam ao alterar elementos chave.

    No intuito de não realizar uma mera refilmagem, promovem mudanças que descaracterizam tanto o livro quanto o filme anterior. O cenário permanece, assim como a estrutura familiar, embora Missy desapareça da trama, o papel de Pascow seja reduzido (tinha tamanha importância no anterior que compunha com Church a capa do filme) e a disputa com o sogro não exista. A esta altura trocar Boston por Chicago ou Ação de graças por Halloween não é nada demais.

    A primeira cena entrega o que está por vir, com uma casa em chamas, e do outro lado da rua, uma residência com rastros de sangue porta adentro. O icônico gato britânico de pelo curto foi trocado por gatos da raça Maine Coon. No livro, Zelda repete ‘o grande e teível’, que Rachel relembra em seus pesadelos com a irmã morta. Ignorada no roteiro do próprio autor, aqui é a primeira fala de Ellie.

    Ellie descobre por si só o cemitério de bichos, e é quando Jud se apresenta, repreendendo ela – a exemplo do que faz algumas cenas mais tarde quando a menina entra em sua casa sem permissão.

    A história se repete com Jud acolhido pela família até Ellie morrer ao invés de Gage. Ela então revive e mata Jud por tentar convencer Louis a dar um fim nela (ao contrário de Gage que o mata em uma espécie de justiça poética por ter apresentado o cemitério à Louis).

    A reta final é ainda mais comprometida com cenas de sustos e uma indecisão do tipo de obra que os diretores se propõe a entregar, oscilando entre A Órfã e os clichês de filmes de possessão. Rachel é morta pela filha e juntas elas enterram Louis que assim completa a família zumbi tendo Gage à sua mercê.

    Como positivo, a sacada modernização do acidente fatal atribuído a um motorista distraído pelo celular (quem liga pra ele é uma tal Sheena) e a bem executada cena do sonho em que Pascow tenta alertá-lo sobre os perigos do cemitério Micmac. A lenda do Wendigo é citada mas acaba deixada de lado. Já a morte de Zelda é retratada como, de fato, culpa da ação direta de Rachel.

    Em ambos os filmes foram usadas crianças gêmeas na filmagem. No longa de 1989, duas meninas interpretaram Ellie, enquanto em 2019 dois meninos interpretaram Gage. O clima de filme cover se completa com os créditos ao som de Pet Sematary na versão da banda Starcrawler. Apesar dos ótimos Jason Clarke e John Lithgow no elenco, a versão 2019 usando os mesmos 100 minutos, sentiu os efeitos do cemitério Micmac. Sometimes, dead is better.

    Livro

    VHS

    Laserdisc

    DVD

    Bluray

    Bluray (ed 30 anos)

    Documentário Unearthed and Untold: The Path to Pet Sematary

    Trilha Sonora LP




    Trilha Sonora CD


    Trilha Sonora CD Limited Edition













    Singles Pet Sematary (Ramones)




















    Memorabilia







     
  • paulocarames 1:42 em 28/05/2019 Link Permanente | Resposta
    Tags: 10 de maio de 2019, , , , , , , Paul Miner, , , , , , , , , The Holy Spell...   

    LP/CD – CJ Ramone: The Holy Spell… 2019 


    É inevitável sair da primeira audição deste quarto trabalho solo do baixista CJ Ramone com a impressão de Déjà vu. Tudo soa conhecido na renovada parceria entre CJ e Paul Miner como produtores, lançado em 10 de maio de 2019.

    Mas não é apenas a reeditada dobradinha de American Beauty a responsável pela sonoridade familiar. Pesa, e muito, o fato de CJ parecer ter encontrado sua identidade como músico (em nada lembrando seus trabalhos anteriores – Los Gusanos e Bad Chopper).

    Apesar da escolha pra capa ilustrar melhor um álbum ao vivo (talvez a esta altura imaginado pelo músico), The Holy Spell… não é um disco disruptivo, ele reafirma o que o artista já apresentara em seus trabalhos anteriores e por isto não chega a ser unanimidade.

    Para os não tão críticos a boa nova é que, a exemplo do que fizeram os Ramones, CJ encontrou sua fórmula e para isto não precisou se tornar uma cópia do que fora um dia o quarteto mais importante da história do punk.

    As quase surf music Stand up e One High One Low resgatam Understand Me e Let’s Go, com a mesma pegada das predecessoras. This Town segue nesta levada falando em se divertir no sol da Califórnia, pra onde ele recentemente se mudou com a família.

    Duas canções não são originais, Crawling From The Wreckage (Graham Parker) e There Stands The Glass (Webb Pierce), aqui interpretadas por CJ, Dan Root e Pete Sosa na velocidade costumeira para um ouvido ramônico. Movin’ on percorre o caminho inverso reverberando influências folk numa história onde ele acaba preso por um caçador de recompensas e sua mãe não consegue pagar sua fiança – mais Johnny Cash impossível.

    Em I’m Disappointed a estrada e os fãs são pano de fundo pro lamento de quem se vê cada vez mais gordo e desapontado por ter se tornado o que mais desprezava. Waitin’ on the Sun fala sobre superar as coisas ruins com otimismo e que, mesmo sentindo-se solitário, “coisas boas estão por vir” (talvez um conselho pra ele próprio por ter escrito I’m Disappointed).

    Em Hands Of Mine ele desacelera e entrega a melhor canção do álbum em uma tocante declaração de amor aos filhos.

    A esta altura o eco de Reconquista, Last Chance to Dance e American Beauty é evidente, assim como a disposição do caçula ramone em contar histórias. É o que ele faz em Postcard from Heaven e Blue Skies, passando a limpo os acertos e cabeçadas que damos vida afora.

    “Não consigo escrever outra canção triste” avisa o baixista, antes de falar da falta que o o amigo Steve Soto faz. A exemplo do que já fizera com Joey, Johnny e Dee Dee em Three Angels e Tommy em Tommy is Gone.

    Morto em junho de 2018, o fundador da lendária The Adolescents acompanhou CJ da gravação dos discos às excursões e sua falta é definida de maneira grandiosa: “Gostaria de ter mais vinte anos com você”.

    Ficha Técnica:
    Fat Wreck Chords – produzido por CJ Ramone e Paul Miner

    CJ Ramone – baixo, guitarra e vocal
    Dan Root – guitarra
    Pete Sosa – bateria

    Edição Original
    A1 One High One Low
    A2 This Town
    A3 Crawling From The Wreckage
    A4 I’m Disappointed
    A5 Waitin’ On The Sun
    A6 Hands Of Mine
    B1 There Stands The Glass
    B2 Movin’ On
    B3 Stand Up
    B4 Postcard From Heaven
    B5 Blue Skies
    B6 Rock On



     
  • paulocarames 15:07 em 01/09/2018 Link Permanente | Resposta
    Tags: 2018, , , , coronel tom parker, dj fontana, , , , , red west, , , , sam phillips, scotty moore, sun records, the searcher, thom zinny,   

    Documentário – Elvis Presley The Searcher 2018 


    Relato íntimo, minucioso e apurado da vida do maior artista que o rock n’ roll já produziu. Não por acaso aclamado como Rei do Rock, Elvis Presley nos deixou em agosto de 1977 e ainda assim continua presente no imaginário popular.

    O flashback e flashfoward do diretor Thom Zimny funcionam muito bem tendo como pivô o show feito em 1968 para NBC. 68 Comeback Special, como ficou conhecido, não só pôs Elvis novamente em evidência como aqui é referência para entendermos o artista, suas angústias, seus desafios e sua música – de onde partiu e onde se propôs a chegar.

    A produção da HBO soma três horas e acabou dividida em duas partes, o que se mostra desnecessário pois a incomparável seleção de fotografias e filmagens cobrindo a trajetória de Elvis (das suas origens à sua morte e consequente criação do mito) torna impossível pausa ou adiamentos.

    A ousada aposta da narrativa cem por cento em voz over permitiu o máximo proveito em tela do garimpo feito pelo diretor. E a seleção de narradores e entrevistados também é luxuosa: Priscilla Presley, Coronel Tom Parker, Tom Petty, Bruce Springsteen, Sam Phillips, Red West, Scotty Moore e DJ Fontana, para citar alguns.

    Uma aula, para entender a vida de uma das figuras mais emblemáticas do show business mas também, de como se produz um documentário com eficiência e apuro visual.

    A trilha sonora oferece um belo resumo da obra deste artista sem igual, em CD ou LP com 18 canções que sintetizam os diferentes momentos narrados em vídeo.

    Como se não fosse o bastante, a versão de luxo com três cds inclui um livreto de 40 páginas com fotografias raras além de 37 canções extras. O último disco apresenta composições originais de Mike McCready (Pearl Jam), uma seleção de artistas que influenciaram a obra de Presley: Arthur “Big Boy” Crudup (That’s All Right), The Blackwood Brothers (Rock-A-My Soul), Lloyd Price (Lawdy Miss Clawdy) e uma versão de Tom Petty para Wooden Heart.

    Descrever aqui a trajetória de Elvis seria um desperdício para iniciantes e desnecessário para iniciados. Assistir The Searcher, no entanto, trata-se de uma experiência não só obrigatória, mas também, definitiva.

    Elvis Presley: The Searcher (The Original Soundtrack) – CD/Digital

    01. Trouble / Guitar Man
    02. My Baby Left Me
    03. That’s All Right
    04. Baby Let’s Play House
    05. Heartbreak Hotel
    06. Lawdy, Miss Clawdy
    07. Hound Dog
    08. Crawfish
    09. Mona Lisa
    10. Milky White Way
    11. Like A Baby
    12. Are You Lonesome Tonight?
    13. It’s Now Or Never
    14. Tomorrow Is A Long Time
    15. Suspicious Minds (take 6)
    16. Separate Ways (rehearsal version)
    17. Hurt (take 5)
    18. If I Can Dream

    Elvis Presley: The Searcher (The Original Soundtrack) [Deluxe] – 3CD Deluxe Box Set

    Disco 1
    01. Trouble / Guitar Man
    02. My Baby Left Me
    03. Baby, What You Want Me To Do
    04. Old Shep
    05. That’s When Your Heartaches Begin
    06. That’s All Right
    07. Blue Moon Of Kentucky
    08. Fool, Fool, Fool
    09. Tweedlee Dee
    10. Baby Let’s Play House
    11. Good Rockin’ Tonight
    12. Trying To Get To You
    13. Blue Moon
    14. When It Rains It Pours
    15. Blue Christmas
    16. Heartbreak Hotel
    17. Lawdy, Miss Clawdy
    18. Money Honey
    19. Hound Dog
    20. (There’ll Be) Peace In The Valley (For Me)
    21. Crawfish
    22. Trouble
    23. Farther Along
    24. Mona Lisa
    25. Hide Thou Me
    26. Loving You (end title take 16)
    27. Lonely Man (solo version)
    28. Power Of My Love

    Disco 2
    01. Milky White Way
    02. A Mess Of Blues
    03. Fame And Fortune
    04. Love Me Tender / Witchcraft (duet with Frank Sinatra)
    05. Like A Baby
    06. Are You Lonesome Tonight?
    07. It’s Now Or Never
    08. Wooden Heart
    09. Swing Down Sweet Chariot
    10. Reconsider Baby
    11. Bossa Nova Baby
    12. C’mon Everybody
    13. Tomorrow Is A Long Time
    14. Take My Hand, Precious Lord
    15. Run On
    16. Baby What You Want Me To Do
    17. Suspicious Minds (take 6)
    18. Baby Let’s Play House (rehearsal)
    19. Words (rehearsal)
    20. That’s All Right
    21. Never Been To Spain
    22. An American Trilogy
    23. You Gave Me A Mountain
    24. Burning Love (rehearsal version)
    25. Separate Ways (rehearsal version)
    26. Hurt (take 5)
    27. If I Can Dream

    Disco 3
    01. Dissolution 2 – Mike McCready
    02. Satisfied – The Blackwood Brothers
    03. That’s All Right – Arthur “Big Boy” Crudup
    04. She May Be Yours But She Comes To See Me Sometimes – Joe Hill Louis
    05. Mystery Train – Little Junior’s Blue Flames
    06. Smokestack Lightning – Howlin’ Wolf
    07. Rock-A-My Soul – The Blackwood Brothers
    08. Just Walkin’ In The Rain – The Prisonaires
    09. Rocket 88 – Jackie Brenston and his Delta Cats
    10. Write Me A Letter – The Ravens
    11. Blue Moon Of Kentucky – Bill Monroe
    12. Ain’t That Right – Eddie Snow
    13. Just Walkin’ In The Rain – Johnnie Ray
    14. Lawdy Miss Clawdy – Lloyd Price
    15. Home Sweet Home – Gladys Presley
    16. Blowin’ In The Wind – Odetta
    17. Tomorrow Is A Long Time – Odetta
    18. The Weight – The Staple Singers
    19. Heartbreak Hotel – The Orlons
    20. Wooden Heart – Tom Petty and the Heartbreakers
    21. Rebound – Mike McCready

    Elvis Presley: The Searcher (The Original Soundtrack) – 2LP

    Lado A
    1. Trouble / Guitar Man
    2. My Baby Left Me
    3. That’s All Right
    4. Baby Let’s Play House
    5. Heartbreak Hotel

    Lado B
    1. Lawdy, Miss Clawdy
    2. Hound Dog
    3. Crawfish
    4. Mona Lisa
    5. Milky White Way

    Lado C
    1. Like A Baby
    2. Are You Lonesome Tonight?
    3. It’s Now Or Never
    4. Tomorrow Is A Long Time

    Lado D
    1. Suspicious Minds (take 6)
    2. Separate Ways (rehearsal version)
    3. Hurt (take 5)
    4. If I Can Dream

     
  • paulocarames 20:49 em 22/08/2018 Link Permanente | Resposta
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    LP/CD – Richie Ramone: Cellophane 2016 


    A banda acaba e o baterista monta um novo grupo assumindo os vocais, ele passa então a lançar discos e excursionar pelo mundo. Soa familiar mas não faça confusão, estamos falando do ex-ramone Richie Reinhardt.

    Reinhardt deixou os Ramones em 1987 após gravar três albuns com a banda e excursionar fazendo cerca de 400 shows com os pioneiros do punk. Os Ramones se separaram em 1996, mas àquela altura já não se ouvia mais falar do ex integrante até que em 2013 ele reapareceu, empunhando o sobrenome mais famoso e lançando sua estréia solo, Entitled.

    Em Cellophane, lançado em 5 de agosto de 2016, Richie Ramone volta ao estúdio depois de um longo período na estrada e retoma o trabalho anterior guinando desta vez mais para o punk rock dos discos que gravou ao lado de Joey, Johnny e Dee Dee.

    Para o registro, ele conta com a companhia de Ben Reagan na guitarra, o produtor Paul Roessler nos teclados, além de Clare Misstake (baixo) e Alex Kane (guitarra) – ambos do Anti-product. Clare, que também passou a excursionar com Richie, já havia tocado com Marky no projeto Marky Ramone’s Blitzkrieg ao lado de Michale Graves.

    Braggadocio abre os trabalhos, parceria do baterista com Adam Bones, que também co-assina Just to be clear e Your Worst Enemy. Um dos destaques é I Fix This, resultado do trabalho conjunto de Richie com o guitarrista Ben Reagan com direito a single e vídeo de divulgação.

    What? é fruto de outra parceria, desta vez, de Tina DiGeorge e Richie que assina apenas três canções desacompanhado: a canção título Cellophane, I’m not ready e Pretty Poison, esta última composta nos tempos de Ramones mas não aproveitada pelo quarteto.

    Tradição na discografia ramônica, tanto oficial quanto solo, a cover da vez fica a cargo de Enjoy the silence do Depeche Mode. Com tiragem inicial apenas em CD, Cellophane teve sua versão em vinil lançada só no ano seguinte, em edição limitada a 500 cópias.

    Apesar do resultado menos empolgante do que de outros bateristas que se aventuraram como cantores, Richie declarou ter sentido-se mais à vontade nos vocais desta vez. E se o número de canções encolheu em comparação com o debut do artista, as releituras dos tempos de Ramone desta vez deram lugar a canções autorais.

    Ele encerra a empreitada com a bela I’m not ready decretando “O céu pode esperar, diga-lhes que não estou pronto”.

    Ficha Técnica:
    DC-Jam Records – produzido por Paul Roessler.

    Richie Ramone – bateria e vocal
    Ben Reagan – guitarra
    Clare Misstake – baixo
    Alex Kane – guitarra
    Paul Roessler – teclados

    Edição em LP
    A1 Braggadocio 3:23
    A2 I Fix This 2:54
    A3 Cellophane 4:36
    A4 Your Worst Enemy 3:47
    A5 Pretty Poison 3:18
    B1 Enjoy The Silence 4:30
    B2 Just To Be Clear 2:38
    B3 What? 3:58
    B4 I’m Not Ready 4:15

    Edição em CD
    01) Braggadocio (Richie Ramone / Adam Bones) (3.23)
    02) I Fix This (Richie Ramone / Ben Reagan) (2.54)
    03) Cellophane (Richie Ramone) (4.35)
    04) Just To Be Clear (Richie Ramone / Adam Bones) (3.46)
    05) Pretty Poison (Richie Ramone) (3.18)
    06) Enjoy the Silence (Martin Lee Gore) (4.30)
    07) Your Worst Enemy (Richie Ramone / Adam Bones) (2.58)
    08) What? (Richie Ramone / Tina DiGeorge) (3.58)
    09) I’m Not Ready (Richie Ramone) (4.15)






     
  • paulocarames 15:02 em 18/03/2017 Link Permanente | Resposta
    Tags: 17 de março, , american beauty, , , , , , Jessica Jill Guerra, Kate Eldridge, , , , , , , ,   

    LP/CD – CJ Ramone: American Beauty 2017 


    Quem procura acha e se você procurar referências no novo disco solo de CJ Ramone, irá encontrar. Lançado em 17 de março de 2017 pela Fat Wreck Chords, American Beauty é o terceiro trabalho solo do ex-baixista dos Ramones.

    O disco começa como se fosse o lado C do LP anterior, Last Chance to Dance de 2014: Let’s Go tem solos faceiros de guitarra, marcação nas palmas e o título mais do que ramônico com uma letra que fala em cair na estrada mais uma vez. Coisa que CJ tem feito bastante, inclusive tocando na Argentina em momento histórico ao acompanhar Richie Ramone na celebração dos 30 anos do primeiro show da banda no país vizinho.

    Yeah Yeah Yeah é sobre fugir de encrenca mas saber que, invariavelmente, ela o encontra. A sirene de carro de polícia é um saudável déjà-vu de Psicho Therapy e a canção lembra trabalhos solo de outro baixista, Dee Dee Ramone.

    Se em 2012 CJ se desculpava com One More Chance e pedia mais uma chance para tentar fazer a coisa certa, em You’ll Never Make Me Believe ele parece ter escrito a resposta cética e taxativa ao pedido: “agora não tem jeito, você nunca me fará acreditar”. E segue, “você age como se fosse especial, vejo nos seus olhos mas sei que você é apenas louca, que grande novidade. não sou tão estúpido e menos ainda você é tão brilhante… estou cansado de todas suas histórias, estou cansado de todas suas mentiras e simplesmente não acredito mais em suas promessas vazias”. Impossível ser mais direto.

    Before the Lights Go Out é uma balada no melhor estilo fim de festa. “por favor, faça uma coisa por mim: sussurre delicadamente antes das luzes se apagarem, diga que me ama girl. pela manhã eu terei partido e você estará sozinha”.

    Girlfriend in a Graveyard lembra composições mórbidas da fase aura dos Ramones. Quem mais escreveria sobre encontrar uma namorada em meio a lápides, que pareça a noiva vampiro, em pleno jardim da sanidade?

    As referências continuam em Tommy’s Gone com o baterista fundador da banda sendo lembrado – Tommy Ramone que morreu em 2014. Os outros três membros originais (Joey, Dee Dee e Johnny já haviam sido celebrados em Three Angels, canção de 2012) mas agora o toque é sutil e mais pessoal, comparável ao poder de The Bowery Electric, ocasião em que CJ e Tommy trabalharam juntos homenageando Joey.

    Run Around (sobre perder mais do que ganhar e mesmo assim não desistir) e Steady as She Goes (exaltando a rotina de turnês, “um dia ruim na estrada é melhor que um dia bom em casa”) são duas levadas pra cima para dançar pelo salão como propunha o álbum anterior. Assim como Without You que empresta o riff inconfundível de The KKK Took my Baby Away e conta com vocais de Kate Eldridge da banda Big Eyes falando da dificuldade de se relacionar à distância.

    Mais uma balada, Be a Good Girl, quebra o ritmo da trinca anterior com “baby baby baby seja uma boa garota e eu serei verdadeiro com você”. Moral to the Story conta três histórias com fim trágico mas deixa uma lição, “viva sua vida, você será lembrado por seu nome e suas histórias através daqueles que te amam”.

    O disco encerra com a única canção que não leva assinatura do baixista e honra a tradição de incluir uma cover. Desta vez de Tom Waits que já havia cedido I Don’t Want To Grow Up para despedida da banda em ¡Adios Amigos! de 1995. Em Pony (original do disco Mule Variations de 1999) o trompete é vigoroso, e bem poderia ter sido gravado pelo próprio Waits.

    A arte da capa ficou a cargo de Jessica Jill Guerra e é impossível não fazer alusão ao filme (também de 1999) com mesmo nome (Beleza Americana no Brasil) e estrelado por Kevin Spacey.

    Embora American Beauty não alcance o êxito do debut Reconquista, também não chega a decepcionar. Os fiéis escudeiros Dan Root e Steve Soto repetem a parceria dos trabalhos anteriores segurando a bronca nas guitarras, desta vez acompanhados de Pete Sosa na bateria. É um disco que certamente irá envelhecer com o tempo a seu favor.

    Ficha Técnica:
    Fat Wreck Chords – produzido por CJ Ramone e Paul Miner

    CJ Ramone – baixo e vocal
    Steve Soto – guitarra e backing vocal
    Dan Root – guitarra e backing vocal
    Pete Sosa – bateria

    Edição Original
    A1 Let’s Go
    A2 Yeah Yeah Yeah
    A3 You’ll Never Make Me Believe
    A4 Before The Lights Go Out
    A5 Girlfriend In A Graveyard
    A6 Tommy’s Gone
    B1 Run Around
    B2 Steady As She Goes
    B3 Without You
    B4 Be A Good Girl
    B5 Moral To The Story
    B6 Pony






     
  • paulocarames 23:59 em 04/11/2016 Link Permanente | Resposta
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    Mantendo o legado – Gabriel Freitas, ramones collector 

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    O jovem Gabriel Freitas nem era nascido quando os Ramones encerraram as atividades da banda em 1996. No entanto, faz jus ao título desta sessão e mantém o legado da banda vivo.

    Além de colecionar discos do quarteto ele também faz parte da banda Ramones B-Sides que presta um tributo aos outsiders do Queens.

    Confira abaixo um bate-papo franco e direto:

    Sequela Coletiva: Como você conheceu a banda?
    Gabriel Freitas: Com o filme ” Pet Sematary “, adorei a trilha sonora nos créditos e corri atras pra saber quem tinha escrito ela (1° louco a curtir a banda por causa da pessoa q escreve a letra)

    gabriel-freitas-8

    Qual o primeiro disco da banda em seu acervo?
    O primeiro que comprei foi o Brain Drain, mas antes tinha ganhado o Rocket to Russia de um amigo

    Atualmente, qual tamanho do seu acervo?
    Possuo todos os álbuns de estúdio e um single (Rockway Beach/Locket Love)

    gabriel-freitas-6

    Qual item mais caro da sua coleção (valor sentimental ou financeiro…)?
    Financeiro foi o Adios Amigos Nacional. O Sentimental Halfway to Sanity

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    Você tem alguma mania ou exigência em relação ao acervo?
    Apenas que trate minhas coisas com o maior zelo possivel

    Você costuma dar ênfase para algum material em especial (singles, bootlegs, revistas…)?
    Apenas nos Álbuns oficiais (Estúdio e ao vivo) quem sabe mais pra frente em singles e bootlegs

    gabriel-freitas-2

    Que outras bandas além de Ramones fazem parte da sua coleção?
    Sisters of Mercy

    Falando especificamente de Ramones, qual seu disco preferido? E música?
    Difícil escolher um… Mas escolheria o Halfway to Sanity, devido ao seu teor underground e mais obscuro

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    Você toca algum instrumento? Quais?
    Sim! Toco guitarra e baixo, não tão bem, mas procuro sempre evoluir

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    Que item ainda falta e que você não abre mão de ter?
    Os álbuns ao vivo, necessito tê-los, principalmente o Greatest Hits Live!

    Qual a importância do Ramones na sua vida, fora a questão musical?
    Eles me mostraram que mesmo sendo um “estranho” no meio dessa sociedade, podemos dar a volta por cima e conseguir seu devido reconhecimento

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    Por que a banda despertou tanto seu interesse a ponto de criar um acervo tão grande das obras do Ramones e não de outro artista?
    Devido a luta que eles tiveram para ser uma banda de sucesso, as intrigas que Joey e Johnny tiveram entre eles até o fim da banda, Cara, o resumo é por eles terem sido os RAMONES

    Qual seu ramone preferido, por quê?
    Johnny Ramone, pela sua atitude de militar sobre a banda

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    Já viu a banda ao vivo? onde? quando? o que achou?
    Infelizmente não os vi, não havia nascido quando eles acabaram a banda… (Sou de 1997)

    • crédito das fotos: acervo pessoal de Gabriel Freitas.
     
  • paulocarames 18:10 em 04/10/2016 Link Permanente | Resposta
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    Rock n’ Roll High School parte 4: We’re Outta Here (discos solo) 

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    Nesta vida, mais cedo ou mais tarde, tudo finda. Os séculos terminam, as bandas acabam e as pessoas morrem. Adios, amigos! Vide os ícones novaiorquinos do punk rock, os Ramones: colocaram um ponto final na carreira em 1996, com mais de três décadas, 14 discos de estúdio e 2263 shows no currículo. Mas o encerramento das atividades foi só o primeiro capítulo do verdadeiro “we’re outta here” que viria na sequência, com a morte de todos os integrantes da formação original. Here today, gone tomorrow! Não havia mais milagres para acreditar. Só que o quarteto quer viver, e faz isso por meio de sua obra e dos fãs que tiveram corações envenenados pelas canções contagiantes que criaram. We can’t get you otta our minds, fast four!

    É por isso que recordaremos o legado ramônico, também em pique de despedida, em 8 de outubro (data do aniversário de Johnny e CJ), no Mondo Cane (Rua João Alfredo, 325). Será durante o quarto e derradeiro Rock’N’Roll High School, ciclo de encontros iniciado em 2013 para homenagear a banda que eternizou o ‘one, two, three, four’. A edição final do evento terá foco na carreira solo dos músicos que adotaram o Ramone em suas alcunhas artísticas.

    Como de costume, rolarão debates, músicas, vídeos, raridades, exposição de material e curiosidades. Participe! We accept you one of us!

    Page do evento: Facebook
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  • paulocarames 1:55 em 20/06/2016 Link Permanente | Resposta
    Tags: , 30 de novembro, , , , king of the surf, , , , , , Striped Records, surfer girl, the manges   

    Compacto – CJ Ramone And The Manges: Surfer Girl-King of the Surf 2015 

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    Depois do excelente Last Chance to Dance de 2014, eis que CJ Ramone nos presenteia com este compacto, lançado em 30 de novembro de 2015. As duas canções contidas aqui são resultado da parceria do ex-baixista dos Ramones com a banda italiana The Manges – oriundos de La Spezia, onde o quarteto de Nova Iorque se apresentou em 1991.

    No lado A, Surfer Girl dos Beach Boys e no oposto, King of the Surf da banda Trashmen, da qual os Ramones emprestaram Surfin’ Bird em 1977 no álbum Rocket to Russia (que contava com ilustrações do mesmo John Holmstrom que aqui assina a arte da capa). Detalhe, a tiragem é de apenas 500 cópias.

    Ficha Técnica:
    Striped Records

    Chris Eller/Manuel Manges – Bateria
    Josh Blackway – Guitarra
    Andrea Manges – Guitarra/Vocal
    CJ Ramone – Baixo/Vocal
    Mass Manges – Baixo
    Mayo Manges – Guitarra

    Traklist:
    A1 Surfer Girl (Brian Wilson)
    B1 King of the Surf (Larry LaPole)
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  • paulocarames 3:06 em 03/05/2016 Link Permanente | Resposta
    Tags: , , , flanders 72, , , motor city madness, , , , , , , , , , , zumbis do espaço   

    Marky Ramone: Ao vivo no Bar Opinião, Porto Alegre – 1 de maio de 2016 

    2016-05-01 12.08.08Minha professora de história no ensino médio dizia: “a história só se repete como uma farsa”. Ela se referia a eventos que ao longo do tempo se parecem muito mas são na verdade, únicos, distintos.

    Neste final de semana viajei no tempo tentando reescrever a história. De volta ao dia 9 de novembro de 1994 quando Porto Alegre recebeu Raimundos, Sepultura e Ramones para um show antológico – até hoje celebrado pelos que assistiram e motivo de lamento pelos ausentes.

    Pude assistir os Raimundos depois desta data, assim como os Ramones – na verdade alguns deles, e de forma isolada, já em carreira solo. Mas o lamento permaneceu. Agora, findando o mês de abril e inaugurando maio, tive a chance de ver Raimundos e Marky Ramone em solo porto-alegrense com acréscimo da Tequila Baby, que vi em 1998 também com Marky mas durante sua primeira turnê pelo país com os The Intruders.

    Os calangos do serrado se apresentaram no sábado com seu forrócore e revisitaram parte da carreira para um público considerável, que não lotou mas ocupou boa parte da casa. Os célebres frequentadores do Puteiro em João Pessoa executaram metade do primeiro álbum e canções do disco seguinte Lavô tá Novo (I sawyousaying, Opa, Peraí Caceta, Esporrei na Manivela, Tora Tora e Eu Quero ver o Oco – esta já durante o bis).

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    Raimundos ao vivo no Opinião – 30/4/2016

    Canções indispensáveis do Lapadas do Povo ficaram de fora. Perderam espaço para repetidos improvisos com trechos de canções do Metallica, Nirvana e outros tantos. Havia ainda previsão de meia hora de clássicos dos Ramones que também não ocorreu.

    Em compensação, Boca de Lata, Deixa eu Falar, Me Lambe e A Mais Pedida foram entoadas em uníssono pelos presentes. O quarteto ainda conversou com fãs ao final da empreitada e logo partiu em disparada rumo ao próximo compromisso, ainda naquela noite, em Cachoeira do Sul – distante 200km da capital gaúcha.

    Vencida esta primeira etapa, na manhã seguinte foi a vez de encontrar Marky Ramone e sua trupe na porta do hotel. Recém chegando do aeroporto ele atendeu brevemente um pequeno grupo de fãs, posou para fotos e em seguida subiu para o seu quarto.

    Oscar Chinellatto, vocalista da Wardogs (excelente banda italiana tributo aos Ramones) dedicou mais tempo conversando e explicando que os últimos dias haviam sido de intensa correria. Shows à noite e viagens durante o dia, mas que enfim teriam uns dias para descanso.

    Acompanhado dos argentinos Marcelo Gallo (guitarra) e Alejandro Viejo (baixo), ele preferiu não comentar o incidente no Rio de Janeiro em que a banda deixou o palco prematuramente frustrando fãs depois de meros 50 minutos de apresentação. A seu favor, o entrosamento de repetir a formação que em 2014 excursionou pelo país.

    Em Porto Alegre o desafio não seria pequeno. Encerrariam o Let’s Go Punk Rock Festival que ocorreria na tarde de domingo, sediado no mesmo Opinião em que eu estivera na noite anterior.

    Fiquei em débito com a rapaziada de São Leopoldo da Flanders 72 pois perdi a abertura que eles fizeram. No currículo, nada menos que terem aberto para CJ Ramone em 2012 (na cidade de Estância Velha), e agora acrescentando mais um ramone na lista.

    Em seguida foi a vez da Motor City Madness, de Porto Alegre, com sua mistura punk rock stoner. Em um show competente e preciso justificaram os dois cds na praça e o EP em vinil que sai nos próximos dias.

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    Motor City Madness

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    Zumbis do Espaço

    Os Zumbis do Espaço pisaram no palco com a casa tendo uma boa ocupação e contaram com boa adesão do público cantando suas músicas que falam essencialmente de horror e morte (como A marca dos 3 noves invertidos, O mal nunca morre e Caminhando e matandoNos braços da vampira, regravada pelos Inocentes, fechou o set). O baixista Gargoyle, doente, foi substituído neste show por Giovanni Soares do Leather Faces.

    Chegou a vez da Tequila Baby tocar. Na condição de donos da festa que eram, foi como time da casa jogando em estádio cheio. Desfilaram seus vários hits, acumulados desde 1994. Prefiro sua mãe, Sangue, ouro e pólvora, Bem-vindo à sua geração, 51, Velhas Fotos eCaindo (versão para I’ve Just Seen a Face dos Beatles) seguindo o script do Gray Matter.

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    Tequila Baby

    Quando Oscar, Gallo e Viejo subiram ao palco e Marky proferiu seu tradicional ‘Hi Everybody’ o que já era festa, virou êxtase. Precedidas pelo ‘one,two,three,four’ as músicas iam se sucedendo em ritmo alucinante. Vinte anos após a dissolução da banda, o baterista não parece sentir o passar do tempo. Tocava com vigor, no entanto, sem fazer o mínimo esforço. Digno de quem conhece todos os atalhos do que faz.

    A sequência avassaladora era quase que a reprodução exata do set tradicional dos Ramones. Exceto, claro, pelo fato dele não tocar canções originalmente gravadas com Richie na bateria. E a formação, entrosada, deu conta do recado com méritos.

    A essa altura uma senhora de uns 70 anos que havia cantado a plenos pulmões ‘o meu problema é sexo, algemas e cinta-liga’ (hino da Tequila Baby) vibrava com cada canção dos Ramones. Não muito longe dela, a criançada também curtia a apresentação e integrantes das bandas que haviam se apresentado durante toda a tarde também vibravam em meio ao público num clima de festa absoluto sem restrição de idade ou espaço para estrelismos.

    Os três primeiros discos continuam servindo de referência principal, mas mesmo assim houve tempo para I Believe in Miracles e Pet Sematary, lançadas em 1989. Para surpresa de muitos ainda rolou Baby I Love You e What a Wonderful World antes do grande desfecho com o Opinião inteiro bradando o lema HEY HO! LET’S GO! de Blitzkrieg Bop – primeira e mais icônica música do quarteto.

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    Marky Ramone’s Blitzkrieg

    Os Ramones, aliás, souberam fazer escola. Tanto os Raimundos na noite de sábado, quanto as bandas que tocaram no domingo, marcaram presença vendendo discos e camisetas – principal fonte de renda do quarteto nova-iorquino ao longo da carreira.

    Quando a melancólica My Way na voz de Frank Sinatra tomou conta do sistema de som era sinal que o espetáculo havia terminado. Passados dois bis e uma hora e tanto de duração, era tempo de ir pra casa. Antes das onze da noite de domingo, bastante razoável para quem trabalharia no dia seguinte, seja morando na cidade ou enfrentando estrada de volta para o interior do estado.

    O relógio marcava pontualmente 4 horas da manhã com temperatura de um dígito quando desembarquei na rodoviária de Santa Maria – mas isto de nada importava, havia exorcizado ao menos um pouco do fantasma que é não ter visto Raimundos abrindo para os Ramones naquela vez.

    A formação dos Raimundos não é mais a mesma e os Ramones se separaram vinte anos atrás. E ainda faltou o Sepultura. Enfim, parece que a história só se repete como uma farsa (e mesmo assim valeu muito a pena).

     
  • paulocarames 18:30 em 10/01/2016 Link Permanente | Resposta
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    CD – Ramones: Hey, Ho… It Was Twenty Years Ago 

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    Hey, Ho… It Was Twenty Years Ago é um disco não oficial dos Ramones contendo dois shows obrigatórios na carreira da banda e que ocorreram em 1976 com três meses de distância entre um e outro.

    O primeiro aconteceu na noite de 12 de maio de 1976 no The Club, em Massachusetts. Disponível em outros bootlegs igualmente clássicos como Let’s Dance, Blitzkrieg Over Boston, County Jail e Blitzkrieg ’76, estão presentes aqui as 20 canções daquela apresentação. Uma mescla dos dois primeiros álbuns.

    O segundo momento ocorreu em 12 de agosto de 1976 no Roxy Theatre de Los Angeles. A exemplo do que aconteceu em Roxy 76 e Joey is a Punk, aqui também não temos a íntegra daquele show embora possamos conferir Loudmouth – deixada de fora no registro de maio.

    Se no bootleg Let’s Dance o destaque nas fotos era Joey Ramone, aqui Dee Dee é quem aparece nos holofotes. Finalizando o disco temos a versão de estúdio de Carbona not Glue, excluída de Leave Home após as primeiras cópias em 1977 e que apareceria novamente em lançamentos oficiais em 1999 com a compilação Hey Ho! Let’s Go: The Anthology.

    Leave Home foi relançado em 2001 e além da citada Carbona, conta com este show de agosto – incluindo Babysitter e Today Your Love, Tomorrow the World, aqui deixadas de fora.

    Ficha Técnica:
    Mastersound

    Joey Ramone – vocal
    Johnny Ramone – guitarra
    Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
    Tommy Ramone – bateria

    Tracklist:
    Gravado no the Club, Cambridge, MA, em 12 de maio de 1976
    01 Blitzkrieg Bop
    02 I Remember You
    03 Gimme Gimme Shock Treatment
    04 I Wanna Be Your Boyfriend
    05 53rd & 3rd
    06 Havana Affair
    07 California Sun
    08 Judy Is A Punk
    09 I Don’t Wanna Walk Around With You
    10 Today Your Love, Tomorrow The World
    11 Beat On The Brat
    12 Now I Wanna Sniff Some Glue
    13 Swallow My Pride
    14 Glad To See You Go
    15 Chainsaw
    16 Listen To My Heart
    17 Babysitter
    18 Oh Oh I Love Her So
    19 Commando
    20 Let’s Dance
    Gravado no the Roxy Theatre, Los Angeles, CA, em 12 de agosto de 1976
    21 Loudmouth
    22 Beat On The Brat
    23 Blitzkrieg Bop
    24 I Remember You
    25 Glad To See You Go
    26 Chainsaw
    27 53rd & 3rd
    28 I Wanna Be Your Boyfriend
    29 Havana Affair
    30 Listen To My Heart
    31 California Sun
    32 Judy Is A Punk
    33 I Don’t Wanna Walk Around With You
    34 Now I Wanna Sniff Some Glue
    35 Let’s Dance
    Gravado no Sundragon studio, NYC, em novembro de 1976
    36 Carbona not glue
    Hey, Ho It Was Twenty Years Ago 1
    Hey, Ho It Was Twenty Years Ago 2
    Hey, Ho It Was Twenty Years Ago 4Hey, Ho It Was Twenty Years Ago 3
    Hey, Ho It Was Twenty Years Ago 5

     
  • paulocarames 20:17 em 07/01/2016 Link Permanente | Resposta
    Tags: , 6 de julho, , , , , , , la spezia, , Mosrite Recordings, , , , , ,   

    Compacto – Ramones: 1991-07-06 Live Stadio Comunale, La Spezia, Italy – Live Las★Pezia 

    la spezia 1
    Os Ramones com sua NONSTOP TOUR pegaram a estrada fazendo uma incrível média de 100 shows por ano. Fruto desta hiperatividade surgiram diversos bootlegs ao longo dos anos com shows memoráveis ao redor do globo.

    Muitos deles, inclusive, se sobressaem frente a registros oficiais embora boa parte contenha erros grosseiros no crédito das músicas ou mesmo fotos com a formação diferente daquela que se apresentou no referido show. Ossos do ofício do descompromissado mercado de lançamentos não oficiais.

    Não é o caso deste compacto com o registro da banda na Itália em 6 de julho de 1991. A começar pela capa que resume a banda com 3×4 precisas dos integrantes e seus principais símbolos: a guitarra mosrite de Johnny, a máscara do Pinhead e uma jaqueta de couro.

    São apenas quatro canções de um set bem mais extenso mas ainda assim uma boa amostra do que o quarteto apresentou naquela noite. O disquinho vem embalado em um livreto com três belas fotos da banda e um texto (em italiano) sobre a foto de Joey Ramone na praia – clicada originalmente em 1978 para fotonovela Mutant Monster Beach Party da revista Punk Magazine #15 edição de jul/ago-1978.

    Registro à altura do show inaugural da banda pela Europa naquele ano com o detalhe de ter tiragem limitada e ser numerado a mão.

    Ficha Técnica:
    Mosrite Recordings

    Joey Ramone – vocal
    Johnny Ramone – guitarra
    CJ Ramone – baixo, backing vocal
    Marky Ramone – bateria

    01 – Durango 95
    02 – Teenage Lobotomy
    03 – Psycho Therapy
    04 – Blitzkrieg Bop
    05 – Do You Remember Rock ‘N’ Roll Radio
    06 – I Believe In Miracles
    07 – Gimme Gimme Shock Treatment
    08 – Rock ‘N’ Roll High School
    09 – I Wanna Be Sedated
    10 – The KKK Took My Baby Away
    11 – I Wanna Live
    12 – My Brain Is Hanging Upside Down (Bonzo Goes to Bitburg)

    13 – Commando
    14 – Sheena is a Punk Rocker
    15 – Rockaway Beach
    16 – Pet Sematary
    17 – 53rd & 3rd
    18 – Glad to See You Go
    19 – Mama’s Boy
    20 – Animal Boy
    21 – Wart Hog
    22 – Surfin’ Bird
    23 – Cretin Hop
    24 – I Don’t Wanna Walk Around With You
    25 – Today Your Love, Tomorrow The World
    26 – Pinhead
    la spezia 1la spezia 8
    la spezia 2la spezia 3
    la spezia 4la spezia 5
    la spezia 6la spezia 7
    la spezia 10ala spezia 9a
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  • paulocarames 10:00 em 19/09/2015 Link Permanente | Resposta
    Tags: , , , , , joey is a punk, , , Les Editions G.B.G.B.H., , , , , , , ,   

    LP – Ramones: 1976-08-12 Live at the Roxy (Los Angeles, California) – Joey is a Punk 2002 

    joey is a punk (3)
    Neste disco de Luxemburgo lançado em 2002, os Ramones tocam seu set básico poucos meses após lançar seu debut mas já antecipando algumas canções que seriam apresentadas no ano seguinte em Leave Home.

    Este show aconteceu na noite de 12 de agosto de 1976 no Roxy Theatre de Los Angeles. Today your Love, Tomorrow the World apesar de ter sido executada no show, ficou de fora do disco que é finalizado com a dobradinha Let’s DanceNow I Wanna Sniff Some Glue no bis.

    Com boa interação do público, tem qualidade de áudio bastante aceitável apesar de tratar-se de um bootleg e é um belo registro da banda enquanto ela engrenava na estrada. Naquele ano seriam 80 shows e no ano seguinte quase o dobro (149, para ser exato).

    Ficha Técnica:
    Les Editions G.B.G.B.H.

    Joey Ramone – vocal
    Johnny Ramone – guitarra
    Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
    Tommy Ramone – bateria

    Lado A:
    01 Loudmouth
    02 Beat On The Brat
    03 Blitzkrieg Bop
    04 I Remember You
    05 Glad To See You Go
    06 Chainsaw
    07 53rd & 3rd
    Lado B:
    01 I Wanna Be Your Boyfriend
    02 Havana Affair
    03 Listen To My Heart
    04 California Sun
    05 Judy Is A Punk
    06 I Don’t Wanna Walk Around With You
    07 Now I Wanna Sniff Some Glue
    08 Let’s Dance
    joey is a punk (3)joey is a punk (2)
    joey is a punk (4)joey is a punk (1)
    [youtube.com=https://www.youtube.com/watch?v=vP_O9F-u7Gk]

     
  • paulocarames 10:00 em 15/08/2015 Link Permanente | Resposta
    Tags: , , , ,   

    O mundo sem Joey (Ramone) 

    joey ramone no rio
    No tributo The Bowery Electric os ex-integrantes dos Ramones decidiram homenagear seu antigo vocalista, Joey Ramone. Na bela letra da canção título eles falam em uma cidade menos divertida e com menos bondade sem seu ilustre morador morto em 2001.

    Por aqui, os cariocas da Carbona já cantaram sobre ‘o mundo sem Joey‘, música de onde empresto o título para este post. Mas, como seria a banda sem seu frontman e fundador? O brother Anderson Lima fez uma compilação com os registros da banda em estúdio sem Joey a cargo dos vocais – incluindo algumas músicas conhecidas na sua voz mas que ganharam versões alternativas com Dee Dee e Richie em seu lugar.

    O primeiro registro sem Joey nos vocais é uma tímida versão de I’m Not An Answer com Dee Dee em um take alternativo, diferente do que foi incluído no álbum Pleasant Dreams (1981).

    Foi no disco seguinte, Subterranean Jungle – sétimo de estúdio na carreira do quarteto, que Dee Dee estrearia oficialmente assumindo os vocais interpretando Time Bomb, composta por ele.

    O álbum posterior, Too Tough To Die, é o que tem mais canções/versões sem Joey. Sem contar Durango 95 (única instrumental de toda carreira dos Ramones) temos Wart Hog e Endless Vacation com vocais de Dee Dee – estas inclusas no lançamento oficial.

    Nas sessões de TTTD, o baterista Richie Ramone gravou Smash You e Elevator Operator que permaneceriam inéditas até serem conhecidas mais tarde a partir de bootlegs e relançamentos oficiais a exemplo das versões gravadas por Dee Dee para I’m Not Afraid of Life, Too Tough to Die, Danger Zone e Planet Earth 1988.

    Para Animal Boy, lançamento de 1986, Dee Dee cantou em Love Kills e Eat that Rat enquanto Richie (mais uma vez de fora dos lançamentos oficiais) deixou registrada a ótima Can’t Say Anything Nice.

    Nos dois discos seguintes (Halfway to Sanity e Brain Drain) apenas uma música em cada não teve Joey à frente da banda. I Lost My Mind e Punishments Fits The Crime, respectivamente, foram cantadas por Dee Dee que deixaria a banda em 1989.

    CJ Ramone foi trazido para assumir o posto trazendo novo fôlego para banda e contribuiria com performances em Strength to Endure (com direito a videoclipe) e Main Man, ambas composições de Dee Dee para o disco Mondo Bizarro.

    Acid Eaters não trazia canções originais mas teve Journey to The Center of The Mind, The Shape of Things to Come e My Back Pages com o novo baixista como cantor.

    Adios Amigos encerraria a carreira da banda em estúdio e traria CJ em quatro momentos: Making Monsters for My Friends, The Crusher, Cretin Family e Scattergun. A versão japonesa ainda ofereceria de bônus R.A.M.O.N.E.S. em versão alternativa também com CJ nos vocais. O ao vivo Greatest Hits Live conta com uma versão de estúdio com Joey nos vocais.

    Na fase pós banda, que se dissolveu em 1996, Dee Dee registrou versão para onze canções em seu Greatest and Latest: Blitzkrieg Bop, Time Bomb, Sheena Is a Punk Rocker, I Wanna Be Sedated, Cretin Hop, Teenage Lobotomy, Gimme Gimme Shock Treatment, Come On Now, Pinhead, Rockaway Beach e Beat On the Brat sendo que já havia regravado All’s Quiet on The Eastern Front no disco I Hate Freaks Like You de 1994.

    Mais recentemente Richie lançou seu primeiro disco solo (Entitled) e não fugiu do repertório ramônico fazendo releituras para Somebody Put Something In My Drink, I Know Better Now, Smash You, I’m Not Jesus e Humankind – todas compostas nas sessões para os três discos que registrou como baterista do quarteto.

    CJ, em suas recentes turnês, interpreta diversas canções dos Ramones mas curiosamente muito pouco das que foi responsável pela gravação dos vocais ou que interpretava em lugar de Dee Dee.

    Por outro lado, é curioso o quanto canções consagradas na voz de Joey soam descaracterizadas quando trocam de intérprete reforçando sua força como artista único. Assim como é difícil imaginar temas mais hardcore como Wart Hog, Cretin Family ou Love Kills interpretadas por ele ao invés do baixista.

    Em resumo, mais um pretexto para ouvir a discografia da banda novamente e tirar suas próprias conclusões.




     
    • Anne Ramone 12:17 em 17/08/2015 Link Permanente | Resposta

      Muito bom! Bom material… sentimento: escutar essas músicas “sem Joey”, só me faz pensar em como estou ficando velha e como o mundo sem Joey fica cada dia mais deprimente…saudades eternas Joey Ramones.

  • paulocarames 22:30 em 11/05/2015 Link Permanente | Resposta
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    Ramones, movie stars and leather jackets 

    Por Leo Drummond.

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    Ilustração na contracapa do cd “Acid Eaters”

    O lendário Lemmy definiu o visual como “black leather, knee-hole pants”. E assim, os Ramones inventaram o visual do que ficaria conhecido como Punk e, por 22 anos ininterruptos, a trajetória do fast four caminhou de mãos dadas com uma das mais icônicas peças de vestuário existentes, a jaqueta de couro.

    A história das emblemáticas jaquetas de couro usadas pela banda confunde-se com a história de uma das mais tradicionais fabricantes de jaquetas dos EUA, a Schott NYC. Criada em 1913 pelos irmãos Irving e Jack Schott, a companhia era responsável pela fabricação de roupas impermeáveis, resistentes e que tinham uma boa resposta contra intempéries.

    Mas foi em 1928 que o mais clássico modelo das jaquetas Schott chegou ao mercado. Alcunhado em homenagem ao charuto preferido de Irving Schott, o modelo chamar-se-ia Perfecto. Em 1940, surge o modelo Perfecto 613, apelidado de “The One Star Jacket”, devido à estrela que trazia nas ombreiras.

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    Schott Perfecto 613

    O pós-guerra trouxe uma grande mudança no ritmo e estilo de vida do cidadão americano. Os garotos que retornavam do front não queriam mais usar o bom e velho terno engomado. Os cabelos já não se apresentavam tão comportados e as jaquetas entram em cena como símbolo de renovação e rebeldia. “É o visual da garotada americana, que está aí há um bocado de tempo, desde os anos 50”, afirma o baixista CJ Ramone. No início da década de 50, o modelo Perfecto 618 chega ao mercado.

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    Schott Perfecto 618

    Apesar de fabricarem inúmeros modelos de jaquetas, as Schott Perfecto 613 e 618 marcaram definitivamente. Ambas ficaram amplamente conhecidas através das telas dos cinemas. Marlon Brando, em “The Wild One”, tornou-se um ícone da cultura pop ao encarnar Johnny Strabler. A jaqueta de couro e o quepe de lado tornaram-se marcas registradas do filme. É possível ver a influência do estilo em diversos outros filmes, como em “Grease” e “Cry Baby”. Mesmo naquelas jaquetas que não eram fabricadas pela Schott Bros., notamos a influência do modelo Perfecto.

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    Marlon Brando, no clássico “The Wild One”

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    Dennis Stewart, no filme “Grease”, usando uma Schott 613 “one star”

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    Johnny Depp, em “Cry Baby”

    Em 1976, uma capa de disco trouxe, em definitivo, a jaqueta de couro para o visual rocker. Punk rocker, pra ser mais específico. Os Ramones, fotografados naquela ocasião por Roberta Bailey, chamaram a atenção pelo visual minimalista e uniforme. “Era o meu ‘uniforme’, quando eu era garoto”, relembra CJ. Literalmente: Jeans, tênis surrados e a jaqueta de couro. Tudo bem, sabemos que, na primeira capa, apenas Johnny vestia uma Schott Perfecto. Mas o estilo estava definido. Daí por diante, poderíamos ver os garotos desfilando suas jaquetas em praticamente todas as capas de álbuns em que apareciam. E o “praticamente” não foi usado por acaso, pois, na capa do álbum “End Of The Century”, fotografada por Mick Rock, eles quebraram o protocolo. Pareciam bons meninos, bem diferentes da foto do encarte.

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    A clássica capa do álbum homônimo

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    No encarte de “End Of The Century”, as jaquetas marcam presença

    A composição das artes dos álbuns era ajudada pelo estilo rústico das jaquetas. Tal característica fica bastante evidente na contracapa do álbum “Too Tough To Die”. O pano de fundo utilizado, com seu zíper devidamente enquadrado, era uma jaqueta Perfecto. Em “Animal Boy”, na atmosfera de backstage criada para sua contracapa, encontramos nada mais nada menos que a boa e velha jaqueta jogada, compondo o visual. Sem mencionar a arte do CD de “Ramonesmania 2”, lançamento exclusivo do Japão.

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    “Too Tough To Die”

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    “Animal Boy”

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    Arte do CD “Ramonesmania 2”

    A rotina não seria diferente no que diz respeito ao material promocional da banda. As sessões de fotos deveriam ser feitas com o “uniforme” completo. George DuBose, fotógrafo oficial dos Ramones por cerca de 13 anos, teve a oportunidade de registrar e imortalizar o estilo da banda em diversas ocasiões. Até mesmo Clem Burke, o famoso Elvis Ramone, que posou com uma inusitada camisa Coco Chanel, trazia consigo sua Perfecto.

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    Clem (segundo da esq para dir), em sua breve passagem como Elvis Ramone

    CJ, o último Ramone, teve a responsabilidade de receber não só o baixo de Dee Dee, mas também a jaqueta. “Me deram a jaqueta usada por Dee Dee. Usei durante os sete anos em que estive na banda, exceto por uma vez ou outra, quando usei minha própria”, revela.

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    CJ Ramone, em 1996

    Com mais de 100 anos de estrada, a Schott NYC continua fabricando seus modelos clássicos. É possível encontrá-las, em grande quantidade e variedade, no próprio site da Schott, no Ebay (em especial pra quem está à procura de um modelo vintage) ou numa terceira opção chamada Rakuten Global Market. É nessa hora que surgem as dúvidas relacionadas ao design de cada tipo de jaqueta.

    É muito importante, especialmente para aquisições de jaquetas novas, que seja fielmente seguida a tabela de medidas fornecidas pelo vendedor. As jaquetas costumam ser bem fiéis ao tamanho indicado. Outra dica importantíssima é saber a origem da jaqueta. Ok, todas são fabricadas nos EUA. Mas nem todas são fabricadas para o público americano. Um exemplo clássico disso é o modelo 613US, fabricado nos EUA, mas vendido, exclusivamente, no mercado Japonês.

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    Schott 613, vendida dos EUA

    Exatamente o que você leu. Não é possível, inclusive para cidadãos americanos, adquirir esse modelo nos EUA, mesmo direto com o fabricante. A diferença básica está na largura das mangas. As jaquetas 613 fabricadas atualmente (para o mercado americano) possuem uma circunferência de manga bem exagerada, diferente das vintage.

    Essa tendência pode ser explicada, talvez, pela mudança do perfil corporal do cidadão americano. Resumindo: você fica “bem” na jaqueta, mas seus braços “somem” dentro da jaqueta. Se você não for um bombadinho e nem pensa em viver os próximos anos dentro de uma academia, fuja.

    Em contrapartida, o modelo 613US, fabricado exclusivamente para o Japão, possui um design mais justo. Lembram bastante os modelos usados por Johnny e Dee Dee nos anos 70. As mangas são bem mais ajustadas ao braço.

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    Schott 613US, exclusividade japonesa

    É possível encontrar também a Schott 613US Long Riders, feita para japoneses mais altos que a média do país. A diferença no preço é substancial, normalmente de 50 a 100 dólares.

    O mais importante é encontrar o modelo que lhe agrade. Como mencionado anteriormente, as jaquetas modelo Perfecto não são fabricadas exclusivamente pela Schott Bros. Inúmeras outras fabricantes foram “inspiradas” pelo modelo. É possível encontrar boas jaquetas por aí, como as das marcas Wilson’s e Excelled. Entretanto, vale ressaltar que a verdadeira Perfecto é originalmente fabricada pela Schott.

    Colaboração: CJ Ramone.

    Links úteis:
    http://www.ebay.com
    https://www.schottnyc.com
    http://global.rakuten.com

     
  • paulocarames 10:00 em 18/04/2015 Link Permanente | Resposta
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    Entrevista exclusiva com Jim Bessman, autor da biografia dos Ramones 

    jim bessmanPassados quase vinte anos após os Ramones seguirem caminhos distintos, o legado da banda permanece vivo e sua relevância é mais do que presente em incontáveis blogs e publicações dedicados ao assunto.

    Encontrar um livro que trate da banda não é nada difícil (independente do idioma ou país de origem) conforme a lista a seguir denuncia: “Gabba Gabba Hey!” e Adios Ramones (Argentina); Hey Ho Let’s Go e On the Road With The Ramones (Estados Unidos); Heaven Needed A Lead Singer e Rock in Peace (Finlândia); Gabba Gabba Book e Ramones Sniffing Poster (Itália) além das biografias dedicadas aos integrantes: Coração Envenenado (Dee Dee Ramone), I Slept with Joey Ramone (Joey Ramone), Commando (Johnny Ramone) e Punk Rock Blitzkrieg (Marky Ramone).

    Mas se você era fã da banda antes da metade dos anos 1990 a realidade era outra. As poucas informações disponíveis dependiam de revistas especializadas (nem sempre com dados corretos) até que em 1993 Jim Bessman lançou Ramones: An American Band, feito com a colaboração dos integrantes da banda.

    Seguindo a mesma linha narrativa (algumas incluindo a famosa lista de shows ao final do livro ou o catálogo de singles e discos editados pelo quarteto) as biografias que viriam a seguir bebem da fonte de Bessman. A produção de cada disco, a troca de integrantes e o famoso atrito motivado por uma namorada são contados em seu livro com detalhes e de forma pioneira.

    Abaixo você confere um bate papo com o autor (hoje colaborador do Examiner.com) onde ele conta um pouco dos bastidores desta obra que, infelizmente, tende a permanecer inédita no Brasil.

    ramones - an american bandSequela Coletiva: Como você conheceu a banda e como começou a trabalhar com eles?
    Jim Bessman: Não diria que comecei a trabalhar com a banda (já que não me pagaram para escrever o livro e a idéia foi minha), mas exceto por Dee Dee todos eles colaboraram. Quando consegui o acordo para o livro – o que exigia a concordância dos demais – comecei a ‘trabalhar com eles’, embora os conhecesse desde final dos anos 1970 quando eles foram pela primeira vez para Madison (Wisconsin), de onde sou e onde escrevi sobre eles três ou quatro vezes antes de mudar para Nova Iorque.

    SC: Como surgiu a idéia de escrever um livro sobre eles? De quem foi a idéia e como você se envolveu?
    JB: Tive esta idéia alguns anos antes de conseguir um acordo. Levei para um amigo editor que não topou na época e uns anos mais tarde acabou me procurando. Eu queria lançá-lo desde que os conheci um pouco melhor, e não achava que mais ninguém pudesse fazê-lo – e que eles podiam nunca ter o reconhecimento que mereciam. Por sorte eu estava errado.

    SC: Houve alguma interferência dos membros da banda no resultado final?
    JB: Joey, que era provavelmente mais meu amigo, não gostou e foi muito frio comigo por anos. Dee Dee, com quem eu tinha amizade, desde o começo não colaborou e se tornou bem hostil. Acho que foi porque estava escrevendo seu próprio livro. John foi muito legal a respeito. Tommy e Marky também.

    SC: Considero seu livro como a Bíblia dos Ramones, e se parece com uma, é coincidência?
    JB: Gostei disso mas só posso dizer que embora a capa seja brilhante, não foi minha idéia. O título foi, mas o design é do editor James Fitzgerald.

    SC: Muitos dos livros lançados mais tarde são mais do mesmo em relação ao seu pois ele tornou-se a principal referência a respeito dos Ramones. Existe algum plano de autalizá-lo com os últimos anos da banda?
    JB: Boa pergunta. Foi difícil publicá-lo para começar, e com todos os livros desde então, se torna difícil conseguir relançá-lo. Portanto, agora, não tenho nenhum plano.

    SC: Desde 1993 vários livros a respeito dos Ramones foram lançados, alguns deles em português. Alguma chance de tradução do seu?
    JB: Acho que não cabe a mim traduzi-lo, já que a editora detém os direitos. Foi traduzido para japonês e alemão.

    SC: Como a perda dos membros originais (Dee Dee, Joey, Johnny e Tommy) impactou sua vida?
    JB: Depois que o livro saiu minha relação com a banda esfriou, mais ainda depois que se separaram. Fiquei muito triste com suas mortes, claro. Foram trágicas do ponto de vista que eram todos relativamente jovens – e, evidente, que eram muito importantes para mim como fã e escritor.

    SC: Parece que o sucesso só veio após a separação da banda. Você concorda? Porque?
    JB: Sim e não. Eles sempre foram bem sucedidos o suficiente para continuar lançando discos, excursionando e vendendo merchandise – um belo feito para uma banda que não vendia muitos discos e tocava tão pouco na rádio. Mas eles aproveitaram, mesmo que brevemente, o reconhecimento após o término graças a sua indução ao Rock and Roll Hall of Fame, o reconhecimento de Joey e o aumento e reconhecimento adequado de sua imensa influência para jovens artistas que vieram depois. E ainda, músicas como “Blitzkrieg Bop” e “I Wanna Be Sedated” se tornaram hinos.

    SC: Você atualmente é um colaborador da Examiner.com, como é seu trabalho lá?
    JB: Sou um dos centenas de colaboradores. Acredito que o leitor deva julgar meu trabalho por si próprio. Tudo que posso dizer é que como os Ramones e todo o resto, faço o melhor que posso sobre aquilo realmente me importo.

    SC: Para terminar, que legado os Ramones nos deixaram?
    JB: Inicialmente grande música, claro, e a auto-realização de que você não precisa seguir as convenções e ser virtuoso ou fotogênico para ser um rock star, isto por si só é uma contribuição positiva para cultura.

     
  • paulocarames 10:00 em 11/04/2015 Link Permanente | Resposta
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    Mantendo o legado – Sapo Ramone, ramones collector 

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    Abaixo você confere uma conversa com Sapo Ramone, um dos principais colecionadores argentinos de material relacionado à banda. Nas fotos ele aparece ao lado de ninguém menos que John Holmstrom, Monte Melnick, Bob Gruen, Linda Ramone, Roberta Bayley e Marky Ramone.

    Como você conheceu a banda?
    Conheci a banda no começo de 1991 através de um colega na escola quando eu tinha 12 anos de idade. Ele era fã e me mostrou algumas músicas como I wanna be sedated, Rockaway Beach e não gostei de Ramones (!). Em princípio achei que a banda tocava cumbia ou algo assim a julgar pelo nome, mas ele insistiu muito. Música a música todo o tempo que estávamos juntos na escola até o dia em que ele tocou Sheena is a Punk Rocker e virou amor que dura até hoje.

    Qual o primeiro disco da banda em seu acervo?
    O primeiro disco oficial que comprei foi a K7 de Loco Live, o primeiro CD foi Mondo Bizarro, meu primeiro LP foi Road to Ruin.
    Meus primeiríssimos discos foram em K7 (TDK e SONY) copiadas dos cds All the stuff (and more) vol.2 e Ramones Mania… você pode imaginar minha cara na primeira reprodução da minha fita de “Loco live” nova em folha, que choque! Eles tocavam tão rápido as música que eu conhecia! Mas amei.

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    Atualmente, qual tamanho do seu acervo?
    Acredito que minha coleção esteja numa escala intermediária em nível mundial. Me atrevo a pensar que a minha é a maior na área de Rosario/Santa Fe (Argentina). Mas não é uma competição ou não vejo desta forma.

    Qual item mais caro da sua coleção (valor sentimental ou financeiro…)?
    Tenho dois objetos que amo, o cd que começou tudo para mim: “all the stuff (and more) vol 2” onde ouvi “Sheena” pela primeira vez e caí de amores pela banda. Meu amigo Matias (r.i.p.) que me apresentou a banda. Ele me deu o cd como presente de aniversário, este cd não tem um valor financeiro para mim.
    O segundo objeto é uma palheta do Johnny de um show em 1991, sem preço também.

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    Você tem alguma mania ou exigência em relação ao acervo?
    Devo admitir que não gosto que as pessoas manipulem minhas coisas sem o devido respeito a um objeto que durou mais de 35 anos em alguns casos.

    Você costuma dar ênfase para algum material em especial (singles, bootlegs, revistas…)?
    Só coleciono material oficial (de Ramones à carreira solo dos membros pré ou posterior a banda). Apenas para definir um limite e não acabar com minhas economias. Assim minha esposa também não me mata, obviamente se tenho acesso a algum material não oficial ou bootleg é bem-vindo, mas não perco o sono por isto…
    Gosto de colecionar singles em 7″. Como disse, apenas como forma de ter um limite, amo memorabilia e conservá-la enquadrada. Tenho várias revistas da era de ouro dos Ramones na Argentina (de 1991 a 1997 aproximadamente) mas não coleciono recortes de revistas.
    Amo Ramones e música em geral, acho que meus cds e minhas coisas ligadas à música serão meu legado para meu futuro filho e irão apresentar ele/ela aos Ramones.

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    Que outras bandas além de Ramones fazem parte da sua coleção?
    Gosto de ter discografias completas em cd: Beatles, Iggy Pop, Motorhead, Bad Religion, Metallica, Megadeth, Green Day, Pantera, Iron Maiden e outros tantos. Como disse, quero deixar algum tipo de legado musical como educação.

    Falando especificamente de Ramones, qual seu disco preferido? E música?
    Definitivamente “Road to ruin” é meu disco favorito. Tem todos os estilos de música dos Ramones: rápida, lenta e o meio termo. Mudanças rápidas de acorde, letras loucas, divertidas, canções de amor e existencialistas (tudo no estilo Ramone). Amo cada disco que os Ramones fizeram, todos tem sua beleza e eu não poderia escolher uma música como favorita, é uma questão de momento.

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    Você toca algum instrumento? Quais?
    Toco bateria, guitarra, um pouco de baixo e um pouquinho de piano. Não sou realmente bom em nenhum deles mas consigo tocar qualquer música da banda na guitarra se me pedirem. Obrigado Johnny!!

    Que item ainda falta e que você não abre mão de ter?
    Gostaria de encontrar o primeiro single (“Blitzkrieg bop/ Havana affair”) em vinil. Este é difícil de achar e os correios na Argentina tornam um pouco mais duro ao comprar de fora do país pois eles quebram, perdem ou roubam a maioria das coisas que compramos… É muito triste e este item já é caro.

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    Qual a importância do Ramones na sua vida, fora a questão musical?
    Considero eles como parte da minha família, sempre desejei o melhor a eles. Todos na banda tem uma grande personalidade e algo a ensinar, para o bem ou para o mal. Eles foram boas pessoas e sempre achei que eles tinham um bom modelo de regras para um adolescente que quer ter um ídolo, eles eram pessoas de verdade e não estrelas do rock e a coisa mais importante é que eles me deram uma válvula de escape, me deram satisfação e companhia quando precisei… É importante saber que tenho estas três coisas ao apertar o play… não tem preço.

    Por que a banda despertou tanto seu interesse a ponto de criar um acervo tão grande das obras do Ramones e não de outro artista?
    Os Ramones e sua música representam uma válvula de escape, um tipo de felicidade, meu lugar no mundo… os Ramones foram a maneira com que conheci a maioria dos meus melhores amigos… Sinto como se devesse a eles o escape, a alegria, meus melhores amigos e meu lugar no mundo…

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    Qual seu ramone preferido, por quê?
    Johnny Ramone é definitivamente meu favorito. Sua teimosia foi o que fez com que a banda continuasse apesar de tudo, sem ele a banda teria acabado no começo dos anos 1980. Infelizmente para o resto da banda, ele só sabia fazer as coisas de uma formar, militarmente
    Era seu jeito de ser profissional, ou o mais próximo disto.
    Musicalmente, amo seu jeito de tocar e sua marca na história da música. Ele é um dos que levou a guitarra de volta a garotos sem experiência que procuram diversão, roubando dos deuses de 6 cordas, que costumavam considerá-los nerds.

    Já viu a banda ao vivo? onde? quando? o que achou?
    Vi a banda ao vivo 4 vezes e ainda mantenho a experiência em meus ouvidos e meu coração, obrigado Deus!
    Vi eles em Buenos Aires no estádio do Velez Sarsfield com abertura do Motorhead em 14 de maio de 1994. Mais tarde no mesmo ano, na tour Acid Chaos em Rosario, minha cidade natal (300kms de Buenos Aires) em 16 de novembro de 1994. Em Buenos Aires no estádio Obras Sanitarias em 7 de outubro de 1995 e no último show fora dos Estados Unidos no estádio do River Plate em 16 de março de 1996 com Die Toten Hosen e Iggy Pop abrindo. Foi como um choque elétrico, nunca senti nada como isto com música antes ou depois dos Ramones, foi felicidade em estado bruto.

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  • paulocarames 10:00 em 28/03/2015 Link Permanente | Resposta
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    LP/CD – CJ Ramone: Last Chance to Dance 2014 

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    Em agosto de 2014 foi anunciado que a gravadora Fat Wreck Chords de Fat Mike (NOFX) iria lançar o novo álbum de CJ Ramone e já no mês seguinte saiu o single com Understand Me? (falando que é preciso acreditar para as coisas darem certo) e Rise Above (cover do Black Flag gravada e mixada por Daniel Rey durante as sessões do álbum anterior de CJ, Reconquista).

    Last Chance To Dance (segundo disco em que o artista assina como CJ Ramone), lançado em 25 de novembro, tem a faixa título do single abrindo caminho para mais onze músicas sendo que algumas delas apresentadas por CJ em sua mais recente turnê no Brasil.

    Para as gravações nada menos que Steve Soto e Dan Root (Adolescents) nas guitarras/backing vocals e David Hidalgo Jr (Social Distortion) na bateria, além da produção executiva de Jiro Okabe (também produtor de Reconquista e baixista em Entitled de Richie Ramone).

    A autobiográfica Won’t Stop Swinging ganhou vídeo gravado no Bar Opinião em Porto Alegre e conta a trajetória do músico antes de ficar conhecido como baixista dos Ramones.

    One More Chance é a promessa de fazer a coisa certa depois de um arrependido pedido de desculpas e Carry Me Away fala sobre ficar três anos no mar longe de Evangeline, suplicando aos amigos que o levem de volta pra casa. O Final é de cortar o coração.

    ‘Til The End é uma bela balada com letra simplista que se encaixaria muito bem em um single com Life’s a Gas enquanto Long Way To Go fecha o lado A deixando claro que há um longo caminho pela frente.

    Mr. Kalashnikov (tributo a Mikhail Kalashnikov, criador da AK-47) dá início à segunda metade da empreitada e é a única a chegar a quatro minutos de duração e precede as rápidas Pitstop e Grunt que logo são interrompidas pela balada You Own Me (que se identifica mais com as primeiras canções do disco).

    Pra fechar, impossível não lembrar de Teenage Lobotomy logo nas primeiras batidas de Last Chance To Dance, canção animada mas também nostálgica. Clusterfuck é um rolo compressor sem freios ladeira abaixo durante 59 segundos.

    A exemplo do single (lançado nas cores preta e verde) o disco ganhou duas edições em LP: rajado em branco/preto e todo preto além do CD em formato digipack.

    Fica a torcida para que CJ continue lançando bons discos como este e que não seja de fato nossa última chance de dançar ao som de um Ramone.

    Ficha Técnica:
    The Raven and The Crow Inc e Fat Wreck Chords – produzido por CJ Ramone, Jim Monroe e Steve Soto.

    CJ Ramone – baixo e vocal
    Steve Soto – guitarra e backing vocal
    Dan Root – guitarra e backing vocal
    David Hidalgo Jr – bateria
    Pete Sosa – percussão

    Edição Original
    01 Understand Me? 2:08
    02 Won’t Stop Swinging 2:00
    03 One More Chance 1:51
    04 Carry Me Away 3:10
    05 ‘Til The End 2:48
    06 Long Way To Go 2:33
    07 Mr. Kalashnikov 4:04
    08 Pitstop 2:26
    09 Grunt 1:33
    10 You Own Me 2:42
    11 Last Chance To Dance 3:12
    12 Clusterfuck 0:59
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 6CJ Ramone - Last Chance to Dance 7
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    CJ Ramone - Last Chance to Dance 10CJ Ramone - Last Chance to Dance 11
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    Edição em CD Digipack:
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 1
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 2
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 3
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 4
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 5

    Edição Argentina em CD:
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 14
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 15
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 16
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 17
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 19CJ Ramone - Last Chance to Dance 18
    CJ Ramone - Last Chance to Dance 20
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    Single:
    CJ Ramone - Understand Me 0CJ Ramone - Understand Me 1
    CJ Ramone - Understand Me 8CJ Ramone - Understand Me 9
    CJ Ramone - Understand Me 4CJ Ramone - Understand Me 5




     
  • paulocarames 10:00 em 27/11/2014 Link Permanente | Resposta
    Tags: , , song 2   

    Blur: Song 2 

     
  • paulocarames 10:00 em 25/11/2014 Link Permanente | Resposta
    Tags: , , , , Aidan Gillen, Alfie Allen, Ben Crompton, , Charles Dance, Conleth Hill, Daniel Portman, Emilia Clarke, Finn Jones, , Gwendoline Christie, , Iain Glen, Ian McElhinney, Isaac Hempstead Wright, Jack Gleeson, Jerome Flynn, Joe Dempsie, John Bradley, Julian Glover, Kit Harington, Kristian Nairn, Lena Headey, Liam Cunningham, Maisie Williams, Mark Stanley, Michelle Fairley, Natalie Dormer, Nathalie Emmanuel, Nikolaj Coster-Waldau, Peter Dinklage, Richard Madden, Rory McCann, Rose Leslie, , Sibel Kekilli, Sophie Turner, Stephen Dillane,   

    Trailer: Game of Thrones 2011 

     
  • paulocarames 10:00 em 24/11/2014 Link Permanente | Resposta
    Tags: , 21 de novembro, , curitiba, , , music hall, , , , , , ,   

    Marky Ramone: Ao vivo no Music Hall, Curitiba – 21 de novembro de 2014 

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    Não conheço outro gênero musical que, tal como o rock n’ roll, crie tamanho senso de unidade em seus adeptos. Você chega no primeiro dia de aula e no fundo da sala vê alguém com uma camiseta de banda e instintivamente já sabe que vai ter companhia e assunto para o restante do ano.

    E ninguém melhor que os Ramones para personificar este conceito de irmandade. A adoção de sobrenomes idênticos (o que faz muitos leigos acharem que eram todos parentes) mas principalmente a persistência por tocar tanto tempo juntos apesar de todas as divergências – como se fossem de fato uma família de quem você pode até não gostar eventualmente, mas que não se desfaz por nada.

    Este sentimento ao longo do tempo foi incorporado pelos fãs da banda. Seja no Brasil, Argentina, Chile, Finlândia, Itália ou Japão, eles absorveram este espírito em parte por culpa de Joey e Dee Dee com suas letras sobre famílias disfuncionais mas ao mesmo tempo felizes (We’re a Happy Family e Cretin Family, para dar apenas dois exemplos mais explícitos).

    Foi com este espírito de família reunida que na noite de sexta, 21 de novembro, fãs de vários lugares do Brasil se reuniram na capital paranaense para prestigiar o lendário baterista Marky Ramone. Ele tocou em mais discos e em mais shows que qualquer outro que assumiu este posto ao longo dos 22 anos de carreira da banda.

    É verdade que nem por isto ele é uma unanimidade, principalmente nos últimos anos quando não se esquiva de declarações polêmicas se autointitulando o único e verdadeiro defensor do legado ramônico na terra – mesmo sendo esta uma discussão estéril.

    Polêmicas à parte, ele recebeu fãs no lobby do hotel onde tirou fotos e por um bom tempo autografou, literalmente, mais de uma centena de itens esbanjando simpatia e pedindo “publiquem as fotos no twitter e instagram” e ao final da sessão improvisada fez questão de posar para foto com alguns dos itens que recém assinara.

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    Para o show no Music Hall, ele contou com a companhia do guitarrista Marcelo Gallo e a surpresa Oscar (John Fontaine, vocalista da italiana Wardogs) substituindo Michale Graves que o acompanhou nas últimas turnês de sua Marky Ramone’s Blitzkrieg. Passagem de som feita e casa com boa presença de público, restou ao quarteto subir ao palco e mandar ver três dezenas de hits ramônicos.

    O estilo de Oscar lembra Joey no começo da carreira, claro que o biotipo alto e magro ajuda, mas sua principal contribuição é a execução sem firulas nem paradas o que contribuiu para fluidez do show. Com Menos pausas restou a Marc Bell surrar a bateria impiedosamente.

    Clássicos absolutos como Cretin Hop, Rockaway Beach, I Wanna Be Sedated e Judy is a Punk foram apresentados em velocidade ultrasônica ao longo de pouco mais de uma hora e dois bis.

    Do you remember Rock n’ Roll Radio embalou a homenagem a Tommy Ramone, baterista a quem Marky sucedeu na banda. Tomorrow She Goes Away surgiu como uma bela surpresa em meio a hits que não poderiam ficar de fora como I Believe in Miracles e The KKK Took My Baby Away.

    Numa clara homenagem a Joey, a dobradinha Life’s a Gas (uma pérola de uma linha só: “não fique triste pois eu estarei lá, não fique triste mesmo”) e What a Wonderful World (única que não faz parte do repertório do quarteto).

    Ao final, vários amigos unidos a partir do interesse comum nesta banda única e o êxtase de ver um ‘senhor’ de 56 anos tocando bateria como fosse uma locomotiva sem freios e fechando o show com Blitzkrieg Bop. Você pode estar pensando “mas então foi um show tributo aos Ramones?”, sim, mas com um Ramone na bateria.

    Setlist:
    rockaway beach / teenage lobotomy / psycho therapy / do you wanna dance / i don’t care / sheena is a punk rocker / 53rd and 3rd / now i wanna sniff some glue / gimme gimme shock treatment / rock ‘n’ roll high school / oh oh i love her so / tomorrow she goes away / surfin’ bird / judy is a punk / i believe in miracles / the kkk took my baby away / pet sematary / chinese rock / i wanna be sedated / i don’t wanna walk around with you / pinhead

    rock ‘n’ roll radio / i just want to have something to do / i don’t wanna grow up / cretin hop / ramones

    i wanna be your boyfriend / life’s a gas / what a wonderful world / blitzkrieg bop

     
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