Blog dos sequelados para postagem de idéias e impressões a respeito de praticamente tudo
Blog dos sequelados para postagem de idéias e impressões a respeito de:
- cinema, da Nouvelle Vague e Western Spaguetti ao Cine Trash;
- música, do Death Metal passando por Blues, Bezerra da Silva, chegando em Mano Lima;
- literatura, do papo cabeça à série Crepúsculo;
- televisão, do lost à novela das oito;
- futebol, de salão, de botão, 7, society e playstation.
enfim, TODO e QUALQUER assunto (mesmo).
Nesta vida, mais cedo ou mais tarde, tudo finda. Os séculos terminam, as bandas acabam e as pessoas morrem. Adios, amigos! Vide os ícones novaiorquinos do punk rock, os Ramones: colocaram um ponto final na carreira em 1996, com mais de três décadas, 14 discos de estúdio e 2263 shows no currículo. Mas o encerramento das atividades foi só o primeiro capítulo do verdadeiro “we’re outta here” que viria na sequência, com a morte de todos os integrantes da formação original. Here today, gone tomorrow! Não havia mais milagres para acreditar. Só que o quarteto quer viver, e faz isso por meio de sua obra e dos fãs que tiveram corações envenenados pelas canções contagiantes que criaram. We can’t get you otta our minds, fast four!
É por isso que recordaremos o legado ramônico, também em pique de despedida, em 8 de outubro (data do aniversário de Johnny e CJ), no Mondo Cane (Rua João Alfredo, 325). Será durante o quarto e derradeiro Rock’N’Roll High School, ciclo de encontros iniciado em 2013 para homenagear a banda que eternizou o ‘one, two, three, four’. A edição final do evento terá foco na carreira solo dos músicos que adotaram o Ramone em suas alcunhas artísticas.
Como de costume, rolarão debates, músicas, vídeos, raridades, exposição de material e curiosidades. Participe! We accept you one of us!
Hey, Ho… It Was Twenty Years Ago é um disco não oficial dos Ramones contendo dois shows obrigatórios na carreira da banda e que ocorreram em 1976 com três meses de distância entre um e outro.
O primeiro aconteceu na noite de 12 de maio de 1976 no The Club, em Massachusetts. Disponível em outros bootlegs igualmente clássicos como Let’s Dance, Blitzkrieg Over Boston, County Jail e Blitzkrieg ’76, estão presentes aqui as 20 canções daquela apresentação. Uma mescla dos dois primeiros álbuns.
O segundo momento ocorreu em 12 de agosto de 1976 no Roxy Theatre de Los Angeles. A exemplo do que aconteceu em Roxy 76 e Joey is a Punk, aqui também não temos a íntegra daquele show embora possamos conferir Loudmouth – deixada de fora no registro de maio.
Se no bootleg Let’s Dance o destaque nas fotos era Joey Ramone, aqui Dee Dee é quem aparece nos holofotes. Finalizando o disco temos a versão de estúdio de Carbona not Glue, excluída de Leave Home após as primeiras cópias em 1977 e que apareceria novamente em lançamentos oficiais em 1999 com a compilação Hey Ho! Let’s Go: The Anthology.
Leave Home foi relançado em 2001 e além da citada Carbona, conta com este show de agosto – incluindo Babysitter e Today Your Love, Tomorrow the World, aqui deixadas de fora.
Ficha Técnica:
Mastersound
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone – bateria
Tracklist:
Gravado no the Club, Cambridge, MA, em 12 de maio de 1976
01 Blitzkrieg Bop
02 I Remember You
03 Gimme Gimme Shock Treatment
04 I Wanna Be Your Boyfriend
05 53rd & 3rd
06 Havana Affair
07 California Sun
08 Judy Is A Punk
09 I Don’t Wanna Walk Around With You
10 Today Your Love, Tomorrow The World
11 Beat On The Brat
12 Now I Wanna Sniff Some Glue
13 Swallow My Pride
14 Glad To See You Go
15 Chainsaw
16 Listen To My Heart
17 Babysitter
18 Oh Oh I Love Her So
19 Commando
20 Let’s Dance
Gravado no the Roxy Theatre, Los Angeles, CA, em 12 de agosto de 1976
21 Loudmouth
22 Beat On The Brat
23 Blitzkrieg Bop
24 I Remember You
25 Glad To See You Go
26 Chainsaw
27 53rd & 3rd
28 I Wanna Be Your Boyfriend
29 Havana Affair
30 Listen To My Heart
31 California Sun
32 Judy Is A Punk
33 I Don’t Wanna Walk Around With You
34 Now I Wanna Sniff Some Glue
35 Let’s Dance
Gravado no Sundragon studio, NYC, em novembro de 1976
36 Carbona not glue
Neste disco de Luxemburgo lançado em 2002, os Ramones tocam seu set básico poucos meses após lançar seu debut mas já antecipando algumas canções que seriam apresentadas no ano seguinte em Leave Home.
Este show aconteceu na noite de 12 de agosto de 1976 no Roxy Theatre de Los Angeles. Today your Love, Tomorrow the World apesar de ter sido executada no show, ficou de fora do disco que é finalizado com a dobradinha Let’s Dance – Now I Wanna Sniff Some Glue no bis.
Com boa interação do público, tem qualidade de áudio bastante aceitável apesar de tratar-se de um bootleg e é um belo registro da banda enquanto ela engrenava na estrada. Naquele ano seriam 80 shows e no ano seguinte quase o dobro (149, para ser exato).
Ficha Técnica:
Les Editions G.B.G.B.H.
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone – bateria
Lado A:
01 Loudmouth
02 Beat On The Brat
03 Blitzkrieg Bop
04 I Remember You
05 Glad To See You Go
06 Chainsaw
07 53rd & 3rd Lado B:
01 I Wanna Be Your Boyfriend
02 Havana Affair
03 Listen To My Heart
04 California Sun
05 Judy Is A Punk
06 I Don’t Wanna Walk Around With You
07 Now I Wanna Sniff Some Glue
08 Let’s Dance
[youtube.com=https://www.youtube.com/watch?v=vP_O9F-u7Gk]
Lançamento italiano de 1997, Leathers from New York, surgiu no ano seguinte a separação dos Ramones. O livreto de 60 páginas que acompanha o CD narra a trajetória da banda desde os primórdios até sua aposentadoria com 22 anos de estrada – os textos são em inglês e italiano.
A discografia incluindo singles, bootlegs e vídeos é listada ao final do material que intercala fotos da banda – muitas delas incomuns em outras publicações.
O cd, apesar de contar com apenas 4 canções, traz pérolas para os fãs. Começa com a censurada Carbona not Glue (que em 1997 permanecia disponível oficialmente apenas na prensagem original de Leave Home) e segue com uma versão ao vivo de Blitzkrieg Bop.
Para completar temos Chop Suey (contribuição da banda para trilha sonora do filme Get Crazy) e uma versão de The Wonderful Widow Of Eighteen Springs, canção de John Cage interpretada por Joey Ramone.
Compacto dos Ramones lançado em 2012 com duas canções. No lado A, Slug, outtake do álbum Rocket to Russia e no lado B, versão demo de Yea, yea do disco Road to Ruin.
Elas apareceram pela primeira vez no começo dos anos 1990 como bônus na coletânea All the Stuff (and more) vol two – compilação que reunia os dois álbuns já citados.
Em 2001, com o relançamento dos discos de estúdio, elas voltaram a aparecer em reedições recheadas de bônus. Este compacto, apesar de creditado como sendo da Sire Records, é mais um lançamento pirata entre tantos dedicados a banda.
Ficha Técnica:
Sire Records (Bootleg)
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone/ Marky Ramone – bateria
Coletânea bootleg dos Ramones abrangendo os primórdios da carreira. Do disco de estréia em 1976 a Subterranean Jungle de 1983 são quinze canções ao todo. Clássicos absolutos como Blitzkrieg Bop, Sheena is a Punk Rocker, I Wanna Be Sedated e Psycho Therapy além de She’s the One (Road to Ruin) e She’s a Sensation (Pleasant Dreams), normalmente negligenciadas em outras seleções.
A escolha das fotos fazem jus ao período retratado e fogem das escolhas em lançamento oficiais.
Ficha Técnica:
RAMCD – 2002
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone/ Marky Ramone – bateria
Tracklist:
01 – beat on the brat
02 – i wanna be your boyfriend
03 – blitzkrieg bop
04 – i remember you
05 – surfin’ bird
06 – she’s the one
07 – rock ‘n’ roll high school
08 – sheena is a punk rocker
09 – rockaway beach
10 – teenage lobotomy
11 – i wanna be sedated
12 – needles and pins
13 – do you remember rock ‘n’ roll radio
14 – she’s a sensation
15 – Psycho Therapy
Lembra-se da primeira vez que “Blitzkrieg Bop” tocou no rádio, no toca-fitas, no vinil, no CD ou, dependendo da sua idade, no aparelho de MP3? O que aqueles gritos selvagens de “hey ho, let’s go” diziam vão além do que a pequena canção de pouco mais de dois minutos de duração poderia sugerir. A primeira faixa de Ramones, disco de estreia do quarteto mais veloz que Nova York havia conhecido até aquele ano de 1976, é a “aula magna” para todo jovem interessado em punk e, até mesmo, no rock em geral.
Nesta sexta-feira, 11, às vésperas de mais um Dia do Rock, perdemos o último dos Ramones fundadores. Tommy Edérly se juntou aos jovens John “Johnny” Cummings, Douglas “Dee Dee” Colvin e Jeffrey “Joey” Hyman apenas como uma solução paliativa, afinal, o trio de amigos não havia encontrado ninguém veloz o suficiente com as baquetas para acompanhá-los. Ficou no posto, no banquinho sentado atrás do kit de bateria, até 1978, com três discos de estúdio e um ao vivo, quando assumiu a posição de empresário e produtor e deixou a vaga para Marc Bell (Marky Ramone).
A despedida de Tommy coloca um ponto final na história do quarteto original dos Ramones. Uma trajetória cheia de altos e baixos, drogas, álcool e brigas escandalosas, mas suficiente para deixar um rastro indelével na história do rock and roll. Se em Nova York, a cena do que hoje conhecemos como punk já existia no submundo, nas casas de show imundas e pequenas como CBGB, os Ramones exportaram a máxima “velocidade em vez de técnica” para o mundo. E Tommy foi o responsável por fazer disso uma realidade, ao aceitar assumir a bateria enquanto Joey tornava-se o vocalista.
Tommy Ramone não era bem um Ramone no sentido mais selvagem que o sobrenome pode ter. Não era um grande fã de doses cavalares de drogas e álcool, como Dee Dee, Joey e Johnny, mas foi fundamental na história do rock ao lado do trio. Era o dono dos créditos de composição da faixa inaugural do disco de estreia dos Ramones – mas foi Dee Dee quem sugeriu o nome, “Blitzkrieg Bop”. Também assinou “I Wanna Be Your Boyfriend”, uma sátira às canções pop de amor que inundavam as paradas e as rádios naquela segunda metade da década de 1970.
Mas voltemos à “Blitzkrieg Bop”. Por quê? Simplesmente porque a música em questão representa o melhor que Joey, Johnny, Dee Dee e Tommy eram capazes de fazer. Explosiva, veloz e extremamente viciante. Dois minutos e treze segundos que sintetizam tudo que os Ramones viriam a fazer de melhor nas décadas seguintes, com energia pulsante, com Johnny e Dee Dee esmigalhando guitarra e baixo enquanto Joey se esgoelava ao microfone.
Se qualquer garoto adolescente ouve “Blitzkrieg Bop”, toda a percepção dele do que é música transforma-se completamente. Por isso a pergunta logo na abertura deste texto: lembra-se de quando ouviu a faixa pela primeira vez? Eu, certamente – e peço licença para partilhar um pouco da experiência.
Era um jovenzinho de uns 15 anos que achava que já sabia tudo da vida, com aquela prepotência e certeza que só a adolescência é capaz de lhe dar. “Blitzkrieg Bop” estava em uma fita cassete que já não me recordo como foi parar nas minhas mãos. Mas me lembro de apertar o “play”, voltar a cassete, apertar o play de novo, umas dezenas de vezes. Lembro-me de pular com a euforia punk correndo nas veias como uma droga injetável. Lembro-me de colocá-la no setlist do primeiro show da banda formada com os amigos do colégio. Lembro-me de gritar “hey ho, let’s go” ao microfone no muquifo onde tocamos. Lembro-me de ver a plateia formada por gente do colégio, e só por eles, é claro, pular junto. Lembro-me bem daqueles dois minutos e treze segundos (um pouco mais, ou um pouco menos, nosso baterista nunca acertava o tempo da batida de Tommy). Foram ótimos dois minutos e sabe-se lá quantos segundos.
Não, não espero aqui comparar a faixa com qualquer outra de Beatles, Rolling Stones, Pink Floyd, Jimi Hendrix, Led Zeppelin e outros titãs do rock capazes de expandir nossa consciência e nos fazer viajar para outras dimensões. Mas todos passamos por uma fase na vida em que tudo o que queremos – ou precisamos – é uma pancada na cabeça. E é isso que “Blitzkrieg Bop” e os Ramones proporcionaram e ainda proporcionam. Obrigado Joey, Johnny, Dee Dee e, agora, Tommy.
Coletânea bootleg que abrange as diferentes fases na carreira dos Ramones. Canções menos óbvias em compilações oficiais como Daytime dilemma (dangers of love), Garden Of Serenity e Tomorrow She Goes Away dividem espaço com as sempre presentes Blitzkrieg Bop, Psycho Therapy e Pet Sematary.
De fato, dos 14 discos de estúdio, apenas Acid Eaters foi deixado de fora. Ainda assim a versão de R.A.M.O.N.E.S. tem CJ nos vocais ao invés de Joey – oficialmente esta versão está disponível apenas na reedição de Adios Amigos de 2004.
Em destaque, a famosa foto de George DuBose com a banda num tapete e ao lado do The Clash no começo da carreira.
Ficha Técnica:
MONE-01
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone/ CJ Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone/ Marky Ramone – bateria
Tracklist:
01 – Blitzkrieg Bop
02 – Beat On The Brat
03 – I Wanna Be Your Boyfriend
04 – I Remember You
05 – Sheena Is A Punk Rocker
06 – Rockaway Beach
07 – Teenage Lobotomy
08 – Surfin’ Bird
09 – I Wanna Be Sedated
10 – She’s The One
11 – Needles & Pins
12 – Rock ‘N’ Roll High School
13 – Do You Remember Rock ‘N’ Roll Radio-
14 – The KKK Took My Baby Away
15 – She’s A Sensation
16 – Psycho Therapy
17 – Daytime dilemma (dangers of love)
18 – My Brain Is Hanging Upside Down (Bonzo Goes To Bitburg)
19 – Garden Of Serenity
20 – Merry Christmas
21 – Pet Sematary
22 – I Believe In Miracles
23 – Tomorrow She Goes Away
24 – Poison Heart
25 – I Don’t Wanna Grow Up
26 – R.A.M.O.N.E.S
Com a morte de três dos quatro integrantes originais (Joey, Dee Dee e Johnny) sobrou para os Ramones remanescentes administrar a expectativa dos fãs de algum projeto conjunto nos moldes do que ocorrera no final dos anos 1990 quando Marky e Dee Dee se reuniram para alguns shows sob o nome de The Ramainz.
CJ e Richie integraram a banda em fases distintas mas tocaram juntos recentemente. Apesar disto, Marky já declarou que não tem o menor interesse em se reunir com os demais já que se considera o único em condições de tocar o legado da banda adiante.
No entanto, The Bowery Electric A Tribute to Joey Ramone, lançado em 1º de maio de 2004 como tributo a Joey serve como registro de um momento único. Arturo Vega, mentor de toda concepção artística da banda foi produtor executivo deste encontro.
Foi a primeira vez que Tommy e CJ tocaram juntos – o primeiro deixou a banda em 1978 e o segundo só ingressou em 1989. Apesar de ter produzido Marky no já citado Road to Ruin, foi a primeira vez que Tommy tocou com seu sucessor.
No EP (pink e azul com tiragem de 500 cópias em cada cor) três canções: no lado A em 33RPM o registro dos ex-ramones sob o nome de The Bowery Electric Crew e Going Places com a música Never Forget. No lado B, em 45RPM, Suzy & Los Quattro com I’m Not Glad To See You Go presta sua homenagem a Dee Dee.
A versão em cd repetia estas três acrescidas de outras três músicas (entre elas, Why, presente no LP que CJ lançou com sua banda Bad Chopper).
Como diz a letra de Jed Davis, i put my headphones on and you are never really gone.
Ficha Técnica:
No Tomorrow Records – produzido por Tommy Ramone e Arturo Vega
Daniel Rey – guitarra
CJ Ramone – baixo
Marky Ramone – bateria
Tommy Ramone – percussão
Jed Davis – teclados e vocal
Tracklist EP:
A1 The Bowery Electric (The Bowery Electric Crew)
A2 Never Forget (Goin’ Places)
B1 I’m Not Glad To See You Go (Suzy & Los Quattro)
Tracklist CD:
01 The Bowery Electric (The Bowery Electric Crew)
02 Never Forget (Goin’ Places)
03 I’m Not Glad To See You Go (Suzy & Los Quattro)
04 Joey’s Song (The Kowalkis)
05 I Don’t Wanna be a Schnook (Mensch)
06 Why Why Why Why Why Why? (Bad Chopper)
Anthology trazia um livreto exclusivo com textos assinados por Danny Fields (primeiro empresário do grupo), Monte Melnick (diretor de arte da banda) e pelos próprios integrantes da banda enquanto Weird Tales apresenta uma HQ caprichada com arte de nomes consagrados como John Holmstrom.
O que nenhum deles pode contar é com um guia faixa-a-faixa de cada canção lançada pelo quarteto ao longo de 22 anos de carreira e review de outros tantos discos lançados após sua separação em 1996.
É este o diferencial de VideoBiography, lançado em 2007. O livreto de 72 páginas ainda conta com diversas fotos e de quebra, um dvd cobrindo os principais fatos da carreira do grupo.
O vídeo, em sua essência é True Story com um corte diferente mas com a importante adição de entrevistas com Tony Fletcher (autor de Walk on the Wild Side: The Music of New York City), John Giddings (responsável pelo Isle of Wight Festival) e CJ Ramone.
De resto, depoimentos de Tommy Ramone (ex-baterista e produtor), Monte Melnick, Hilly Kristal e Arturo Vega são intercalados com trechos da banda no Don Kirshner’s Rock Concert e algumas cenas do (hoje falecido) CBGB’s – vazio mas com a aura que o tornou a meca do punk novaiorquino.
A baixa em relação ao dvd True Story é a falta de Arturo Vega explicando as origens da famosa logo da águia, utilizada a partir do disco Leave Home de 1977. Ainda assim é uma obra caprichada para fã nenhum botar defeito.
Ficha Técnica:
Sandbeach Holdings Ltd
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Marky Ramone – bateria
Fato incomum nos bootlegs dos Ramones, Let’s Dance foi lançado tanto em CD quanto em LP. O conteúdo é o famoso show de 12 de maio de 1976 em Cambridge e presente em outros discos não oficiais como Blitzkrieg Over Boston, County Jail e Blitzkrieg ’76.
Diferente deste último onde o show no The Club era o único registro, Let’s Dance ainda conta ao final da versão em CD com três canções (Here Today, Gone Tomorrow ; I Can’t Give You Anything e Let’s Dance) extraídas do show de 14 de novembro de 1977 em Utica, no 4 Acres (a íntegra deste show foi lançada no disco Eaten Alive Vol. 1).
Ficha Técnica:
Flashback World Productions
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone – bateria
Tracklist: Lado A:
01 Blitzkrieg Bop
02 I Remember You
03 Gimme Gimme Shock Treatment
04 I Wanna Be Your Boyfriend
05 53rd & 3rd
06 Havana Affair
07 California Sun
08 Judy Is A Punk
09 I Don’t Wanna Walk Around With You
10 Today Your Love… Lado B:
11 Beat On The Brat
12 Now I Wanna Sniff Some Glue
13 Swallow My Pride
14 Glad To See You Go
15 Chainsaw
16 Listen To My Heart
17 Baby Sitter
18 Oh Oh I Love Her So
19 Commando
20 Let’s Dance Bônus na versão CD:
21. Here Today, Gone Tomorrow
22. I Can’t Give You Anything
23. Let’s Dance
Showzaço dos Ramones em Cambridge, Massachusetts no dia 12 de maio de 1976. Este show já foi lançado em outros bootlegs como Blitzkrieg Over Boston, County Jail e Let’s Dance e, em alguns casos, incluindo trechos de outros shows.
Em Blitzkrieg ’76 o show no The Club é exclusividade. Teve diversas edições lançadas (três capas vermelhas diferentes, uma capa laranja e outra azul e vinil preto, branco ou azul). Em todas o lado A se chamava Blitz enquanto o B, Krieg – em algumas edições a grafia incorreta Kreig os diferenciava dos demais.
O set com 20 músicas contempla quase a íntegra dos dois primeiros discos (Ramones e Leave Home), incluindo Babysitter lançada na edição inglesa do segundo disco.
Do disco de estréia apenas I Don’t Wanna Go Down to the Basement e, curiosamente, Loudmouth ficaram de fora – esta era a música com que eles normalmente abriam os shows. Do segundo disco, Pinhead é a ausência mais sentida e seria incluída em praticamente todos os shows seguintes.
Ficha Técnica:
Live Bootleg
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone – bateria
Tracklist: Lado A (Blitz – 76A):
01 Blitzkrieg Bop
02 I Remember You
03 Gimme Gimme Shock Treatment
04 I Wanna Be Your Boyfriend
05 53rd & 3rd
06 Havana Affair
07 California Sun
08 Judy Is A Punk
09 I Don’t Wanna Walk Around With You
10 Today Your Love… Lado B (Krieg – 76B):
11 Beat On The Brat
12 Now I Wanna Sniff Some Glue
13 Swallow My Pride
14 Glad To See You Go
15 Chainsaw
16 Listen To My Heart
17 Baby Sitter
18 Oh Oh I Love Her So
19 Commando
20 Let’s Dance
On the Road to Ruin, bootleg batizado levando em conta o quarto disco dos Ramones lançado em 1978 e que já contava com Marky na bateria, é um compilado de diversos momentos do quarteto mas que também inclui trechos de shows em que Tommy ainda respondia pelas baquetas.
Infelizmente, esta compilação não tem muitas novidades. Uma canção vista em NYC 78, o ensaio de 1975 conhecido como 914 Studios (presente nos bootlegs Raisin Hell, Weasel Face e Demos 1975-1995), a apresentação no programa britânico Old Grey Whistle e Surf City no My Father’s Place já são conhecidas de quem tem o disco Paco Ramone Pour Homme.
Única canção tirada do show de julho de 1982, Surf City merece ser citada pois foi poucas vezes executada ao vivo nesta época quando quase fez parte de Pleasant Dreams. Acabaria sendo gravada bem mais tarde no disco de covers de 1993, Acid Eaters.
A performance no Tomorrow Tv Show de 81 é facilmente encontrada em vídeo assim como a apresentação no Don Kirshiner’s Rock Concert inclusa no dvd It’s Alive de 2007.
Os áudios mais difíceis de se encontrar são as 4 músicas em Utica, Beat on the Brat na Philadelphia e um set curto em Amsterdam datado de 1978.
Ficha Técnica:
Da Bruddha Records
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone/Marky Ramone – bateria
Tracklist: 1975-09-19 Live 914 Studios (New York City)
01. I Don’t Want To Go Down To The Basement
02. 53rd & 3rd
03. I Wanna Be Your Boyfriend
04. Judy Is A Punk
05. Loudmouth
1977-04-09 Live (Philadelphia, Pennsylvania)
06. Beat On The Brat
1978-01-07 Live The Palladium (New York City)
07. Havana Affair
08. Commando
1982-07-20 Live My Father’s Place (Roslyn, New York)
09. Surf City
1977-11-14 Live 4 Acres (Utica, New York)
10. Here Today, Gone Tomorrow
11. I Can’t Give You Anything
12. Let’s Dance
1978-09-19 Live Old Grey Whistle (London, England)
13. Don’t Come Close
14. She’s The One
1977-08-09 Live Don Kirshiner’s Rock Concert Tv Show (Los Angeles, California)
15. Listen To My Heart
16. California Sun
17. Judy Is A Punk
18. I Don’t Wanna Walk Around With You
19. Sheena Is A Punk Rocker
20. Loudmouth
21. Beat On The Brat
22. Blitzkrieg Bop
23. Glad To See You Go
24. Gimme Gimme Shock Treatment
25. Rockaway Beach
26. Commando
1981-01-09 Live Tomorrow Tv Show (Cleveland, Ohio)
27. I Wanna Be Sedated
28. The KKK Took My Baby Away
1978-09-15 Live Paradiso (Amsterdam, Netherlands)
29. Needles & Pins
30. Surfin’Bird
31. Cretin Hop
32. Listen To My Heart
33. California Sun
34. I Don’t Wanna Walk Around With You
1981-01-09 Live Tomorrow Tv Show (Cleveland, Ohio)
35. We Want The Airwaves
Teenage Blitzkrieg A Collection of The Rarest Tracks reúne faixas escolhidas aleatoriamente nos bootlegs Unreleased Tracks (faixas 5 a 17) e More Unreleased Tracks (1 a 4 e 18 a 26), ambos de 1996 – o resultado foi um legítimo sanduíche.
Serve como curiosidade para quem não ainda não teve acesso aos citados e já clássicos discos de outtakes. Mas não chega a ser a mais completa (perde de longe para Demos 1975-1995) nem a melhor do gênero (deixa muito trabalho solo presente em Unreleased Tracks de fora – e neste ponto Family Tree é até hoje imbatível).
Ficha Técnica:
Ramona U S S
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone/CJ Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone/ Marky Ramone/Richie Ramone – bateria
Tacklist:
01. Chop Suey (Get Crazy soundtrack)
02. Merry Christmas (Extended version)
03. Burns (Song from The Simpsons)
04. 1969 (‘We Will Fall’ Stooges cover)
05. Spiderman (Adios Amigos American Edition)
06. RAMONES (Adios Amigos Japanese Edition)
07. Surfin’ Safari (Acid Eaters Japanese Edition)
08. Carbona Not Glue (Leave Home First Press)
09. Rockaway Beach (Joey & General Johnson)
10. Life Goes On (UK single A Real Cool Time)
11. Smash You (UK single Howling At The Moon)
12. Street Fighting Man (UK single Howling At The Moon)
13. Can’t Say Anything Nice (UK single Somebody Put Something In My Drink)
14. Blitzkrieg Bop (Joey & Die Toten Hosen)
15. See My Way (Sibling Rivalry)
16. On The Beach (Sibling Rivalry)
17. Don’t Be So Strange (Sibling Rivalry)
18. Sonic Reducer (Joey & Pearl Jam, ‘Dead Boys’ cover)
19. The Wonderful Widow of Eighteen Springs (‘John Cage tribute’ CD)
20. I am Seeing UFO´s (Dee Dee solo single)
21. Boomerang (Marky & The Intruders Japanese Edition)
22. Blank Generation (Marky & The Intruders Japanese Edition)
23. Sleeping Troubles (Unreleased Pleasent Dreams Demo)
24. Baby Say You Beg (Pleasent Dreams Demo)
25. 7-11 (Pleasent Dreams Demo)
26. I Wasn´t Looking For Love (Pleasent Dreams Demo)
A história já é um tanto conhecida: entre 2 e 19 de fevereiro de 1976 os Ramones gravaram no estúdio Plaza Sound em Nova York (ao custo de meros 6400 dólares) 14 músicas que somadas tem 28 minutos e 53 segundos e que fariam parte de seu primeiro lançamento.
A mixagem foi feita da mesma forma que os discos dos Beatles nos anos 1960, baixo no canal esquerdo e guitarra no direito com bateria e vocal misturados no meio.
A foto da capa, simples mas incomum para época, mostrava quatro outsiders do Queens em Nova York vestindo calças jeans surradas e jaquetas de couro, mesmo visual de rua usado por eles no palco (ao contrário de astros de hard rock que se produziam/fantasiavam antes das apresentações).
Crédito: Roberta Bayley
As fotos feitas inicialmente não agradaram o selo que acabou pagando 125 dólares a Roberta Bailey que os clicou em frente a um muro em uma rua próxima ao CBGB’s (clube onde fizeram seus primeiros shows e que seria lendário para cena punk). Além da capa, suas fotos foram usadas na divulgação da banda.
O disco lançado em 23 de abril daquele ano vendeu apenas 7 mil cópias mas acabou entrando para história não pela vendagem mas por ser um marco definitivo estabelecendo: ANTES e DEPOIS dos Ramones.
Nesta entrevista exclusiva o produtor deste clássico, Craig Leon, fala destes temas e também dos recentes relançamentos que tem sido feitos com diferentes reedições, principalmente dos primeiros álbuns.
Nascido em Miami a 7 de janeiro de 1952, ele ainda desmente a versão que muitas biografias dão de que as demos produzidas por Marty Thau seriam decisivas para o pouco tempo e baixo orçamento das sessões.
No currículo de produtor, além dos Ramones, Leon trabalhou com, Blondie, Luciano Pavarotti, Richard Hell & The Voidoids, Suicide, Andreas Scholl, James Galway e Cassell Webb e tem ainda vários trabalhos como compositor.
Sequela Coletiva: Como Você se tornou produtor do primeiro disco dos Ramones? Craig Leon: Eu trabalhava como responsável por Artista & Repertório para um pequeno selo (Sire Records). Eu vi a banda tocando no CBGB e os levei para o selo. Quando eles assinaram eu produzi o disco como parte do meu trabalho.
SC: Os temas das músicas dos Ramones eram bastante incomuns naquela época. Você ficou surpreso com elas? CL: De forma alguma. Eu gostei muito das letras deles.
SC: Você acreditava em 1976 que os Ramones se tornariam uma banda importante? CL: Sim. Pq? Porque eles éram ótimos.
SC: No começo, o selo ofereceu contrato para apenas um single. Como você convenceu-os a reconsiderar e oferecer contrato para um disco? CL: Disse que poderia gravar um disco inteiro pela quantia que eles queriam gastar pra fazer um ou dois singles. Meu chefe disse que se conseguisse fazer isto poderia gravar um álbum. Então foi o que fiz.
SC: Quem na banda era responsável por tomar decisões? CL:Tommy era o líder da banda e inventor de sua identidade visual (junto com Arturo Vega). Acho que ele tomava as decisões pelo grupo.
SC: E quem era o cara mais engraçado? CL: Todos.
Revista Rockscene (set/1976): divulgação do disco de estréia da banda
SC: É sabido que a banda não tinha muito conhecimento técnico em como tocar os instrumentos. Como eles lidaram com isto? CL: Ensaiamos um pouco para deixar a banda no ponto para gravar. É um mito que eles tocaram ao vivo no estúdio sem preparação. Não funciona desta maneira.
SC: Isto atrapalhou as sessões de alguma forma? CL: Não. Eles estavam completamente preparados para fazer as gravações quando nós fomos para o estúdio.
SC: A mixagem do disco é bem conhecida por ter baixo e guitarra em canais diferentes. O que pode nos dizer sobre isto? CL: A respostas está nas prensagens inglesas das primeiras gravações dos Beatles.
SC: De onde veio a idéia de gravar desta forma? CL: Eu amava os Beatles do início e trabalhei numa sessão que George Martin fez pouco antes de eu trabalhar com os Ramones. A banda também amava essas sessões.
SC: Qual o papel das demos produzidas por Marty Thau em 1975 para o resultado final do disco? CL: Quase nenhum. Quando meus chefes ouviram aquelas demos, quase decidiram não assinar com a banda. Prometi que o primeiro disco dos Ramones não se pareceria em nada com aquelas demos.
SC: O Ramones sempre enfrentou dificuldades em estúdio durante a carreira, pois os produtores não sabiam como trabalhar uma banda como eles. No entanto, você fez uma obra prima já na primeira oportunidade. Como conseguiu isto? CL: Odeio ser presunçoso mas eu sabia o que estava fazendo. Continuo sabendo. Os outros citados, não.
SC: Outro grande momento a respeito deste disco está relacionado com a capa. Como foi decidido usar a foto de Roberta Bayley ao invés das feitas inicialmente? CL: Você tem que perguntar isso a Toni Scott (Wadler) que fez aquele trabalho. Não sei nada a respeito. Exceto que pedi que a capa invocasse o espírito do primeiro Fugs, o que aconteceu.
SC: Existe alguma foto da sessão original que se tornou conhecida depois da escolha da foto de Roberta? CL: Acho que não, mas de novo… Não sei muito sobre esta parte do projeto.
SC:Mickey Leigh (irmão de Joey) reinvindica em seu livro algum crédito nas gravações. Você lembra dele nas sessões? CL: Ele estava lá. Era o roadie da banda.
SC: Você interferiu na escolha de que músicas se tornariam single? CL: Sim. Bastante.
Revista Rockscene (jul/1976): cobertura da curta sessão de gravação.
SC: Antes de assinar com a Sire Records os Ramones já haviam feito várias músicas. Tem alguma das canções incluídas nos discos posteriores que você gostaria de ter gravado neste primeiro? CL: A banda escolheu as músicas para o disco. Era direito deles fazer isto. Apoio a escolha.
SC: Você foi consultado sobre algum dos recentes relançamentos? CL: Não, e isto é triste. Os relançamentos dos Ramones sonoramente são terríveis. Tanto Ed Stasium quanto eu coçamos a cabeça tentando imaginar porque os idiotas que estão relançando estes discos não perguntam nossa opinião a respeito dos discos que produzimos.
SC: Na sua opinião, porque este disco não vendeu tanto mas influenciou tantas gerações? CL: Vendeu o suficiente com o passar dos anos. A Sire não tinha estrutura para vender a banda.
SC: Qual sua canção favorita no primeiro disco e porque? CL: Todas. São grandes músicas. Porque? Por ser 100% eles.
SC: Qual sua opinião a respeito da produção dos outros discos? CL: Gosto muito do trabalho de Ed. O disco do Spector é uma merda. Ele era um gênio, mas não mais quando produziu a banda. Ficou cada vez pior depois disto.
SC: Para terminar: Qual o legado que os Ramones nos deixaram? CL: Eles representam o fim de uma era – do verdadeiro rock and roll.
O ano de 1977 em Nova Iorque começou com um tiroteio no Queens que vitimou os noivos Christine Freund e John Diel. John se recuperou dos ferimentos mas Christine morreria horas mais tarde. A polícia descobriria que David Berkowitz estava por trás deste e de outros atentados que teriam como saldo final 6 pessoas mortas e 8 feridas.
Os crimes do assassino em série que ficou conhecido como Filho de Sam ou Assassino da Calibre 44 tiveram início em julho do ano anterior. Ele acabou capturado em agosto de 1977 e depois de julgado, foi condenado a seis penas de prisão perpétua.
Outro fato marcante daquele ano foi o apagão que entre 13 e 14 de julho deixou praticamente toda a cidade às escuras durante 25 horas o que deu espaço a uma onda de saques e desordem generalizada.
Mas nem só notícias ruins marcariam aquele ano. O grafite e o hip hop tomavam as ruas. CBGB e Studio 54 eram palco para as recém surgidas cenas Punk e Disco. Estes são, aliás, o ponto principal deste documentário concebido para Tv.
NY77: The Coolest Year in Hell faz parte do RockDocs do canal VH1 e foi indicado ao Emmy de 2007. Conta com Geraldo Rivera, Afrika Bambaataa, Chris Stein (Blondie), Richard Hell, Legs McNeil e Tommy Ramone como entrevistados para relembrar aquele momento único.
Os djs da recente cena hip hop promoviam festa nas praças e parques da cidade. O já citado apagão possibilitou que muitos deles dessem um upgrade em seus equipamentos de som – e estes, eram ligados diretamente nos postes em uma época de crise para a polícia local que sofria cortes de efetivo enquanto a cidade sofria com uma administração precária.
Hilly Kristal em seu recém criado CBGB recebia Ramones, Talking Heads, Television, Blondie, Patti Smith e Richard Hell. A Sire Records abrigaria parte desta turma e seus fundadores Seymour Stein e Richard Gottehrer também dão seu testemunho sobre o original movimento de bandas que surgia.
Muitas fotos daquela época usadas pelo diretor Henry Corra são do renomado Bob Gruen que, assim como Richard Hell e Arturo Vega, retrata o que viu naquele ano memorável.
Ficha Técnica:
RockDocks – produzido pela VH1
Ramones
Joey Ramone – vocal
Johnny Ramone – guitarra
Dee Dee Ramone – baixo, backing vocal
Tommy Ramone – bateria
Richard Hell & the Voidoids
Richard Hell – vocal, baixo
Robert Quine – guitarra, backing vocal
Ivan Julian – guitarra, backing vocal
Marc Bell – bateria
Com sua obra divulgada em livros como Rock Seen, Rockers, The Clash: Photographs by Bob Gruen e John Lennon: The New York Years eis que surge a cereja no bolo do fotógrafo Bob Gruen.
Rock ‘N’ Roll Exposed: The Photography of Bob Gruen, documentário lançado em 6 de março 2011, é uma obra de arte. Dirigido por Don Letts (The Punk Rock Movie, The Clash: Westway to the World e Punk Attitude) conta com depoimentos do próprio Gruen e muito mais.
Tommy Ramone, Legs Mcneil, Iggy Pop, Billie Joe Armstrong, Debbie Harry, Alice Cooper, Yoko Ono e Sean Lennon põe a cara na tela para atestar a importância do fotógrafo que entrou pra história da música empunhando sua câmera.
Praticamente imperceptível em ação, ele registrou as principais bandas de seu tempo sem poses combinadas – tudo com muita autenticidade e com poucos cliques. Segundo ele, só depois de muito tempo percebeu a importância do seu trabalho ao proporcionar a fãs a sensação de estar em uma época que ainda nem haviam nascido.
Nas quase duas horas de documentário onde suas fotos desfilam na tela a trilha sonora é impecável: Rock n Roll All Night (Kiss); Lucille (Chuck Berry); Immigrant Song (Led Zeppelin); Dont Look Back (Bob Dylan); Brown Sugar, It’s Only Rock and Roll (Rolling Stones); Walk this way (Aerosmith); Eighteen (Alice Cooper); I Wanna Be Your Dog (Iggy and The Stooges); I Wanna Be Your Boyfriend, I Don’t Wanna Walk Around With You (Ramones); Horses (Patti Smith); Woman is The Nigger of The World (John Lennon); Personality Crisis, Looking for a Kiss (New York Dolls); Psycho Killer (Talking Heads); Blank Generation (Richard Hell and the Voidoids); Anarchy in The UK, Submission, Pretty Vacant (Sex Pistols); Complete Control, The Call Up, Radio Clash, Brand New Cadillac (The Clash); New York, New York (Frank Sinatra); Born to Run (Bruce Springsteen); Welcome to Paradise (Green Day); Seven Nation Army (White Stripes).
Com uma seleção tão robusta e inúmeros detentores de direitos autorais o vídeo foi licenciado, por enquanto, apenas para tv a cabo – ou seja, nada de dvd à venda. Ainda assim vale a pena garimpar na programação e acompanhar esta aula de música e fotografia.
Ficha Técnica:
Brassneck TV – produzido por John Osborne
Quem conhece a trajetória dos Ramones sabe que a banda era um quarteto no palco mas tinha Monte Melnick – gerente de turnê e Arturo Vega – diretor artístico, como quinto e sexto integrantes (altere a ordem se preferir).
Se algum fã merece usar o sobrenome ramone e ser adicionado a esta família, sem dúvida é o finlandês Jari-Pekka Laitio-Ramone. Ele mantém um site (http://kauhajokinyt.fi/) atualizado sobre a banda desde 1995 com notícias e informações que nenhum outro – nem mesmo o antigo site oficial da banda – é capaz de fazer frente.
Fruto de tantas informações em primeira mão e da paixão que tem pelo legado da banda, em 2002 ele lançou Heaven Needed A Lead Singer, tributo ao ídolo Joey Ramone que morrera no ano anterior e que aniversariava na mesma data que Jari-Pekka.
Rock in Peace: Dee Dee and Joey Ramone é de 2004 e tem mais homenagens a Joey mas honra em muito a memória do ex-baixista Dee Dee Ramone morto em 2002.
A lista de convidados a deixar depoimento no livro é de respeito: Andy Shernoff, Henry Rollins, Bebe Buell, Lech Kowalski (de Hey is Dee Dee Home), Jerry Only (Misfits), Paul Kostabi (Youth Gone Mad), Arturo Vega, Daniel Rey e Marky Ramone.
A seleção de ilustrações e fotos são um destaque a parte e mostram Dee Dee em turnê pós-Ramones e o autor visitando o apartamento de Joey durante viagem para o Birthday Bash – tradicional celebração em homenagem ao cantor. Jari-Pekka Laitio-Ramone, 208 páginas, em inglês.
I Speak Music de George DuBose e Ramones Photographs de Chip Dayton são belos registros fotográficos de parte da trajetória dos Ramones – infelizmente nenhum lançado no Brasil.
Rockers de Bob Gruen também mostra os Ramones com fotos icônicas, mas vai muito além. Conhecido como o fotógrafo do rock, Bob registrou os Ramones indo para o ensaio carregando seus instrumentos em sacolas de mercado e em momentos íntimos no backstage.
Esteve frente a frente com John e Yoko por muito tempo enquanto viviam em Nova Iorque a poucas quadras de distância de onde morava – o livro John Lennon: The New York Years é dedicado a este período.
Registrou também o Green Day reproduzindo uma sessão que já havia entrado para história ao clicar o The Clash no topo de um prédio e se não fosse o bastante, foi o único fotógrafo a acompanhar a famigerada última turnê dos Sex Pistols pelo território americano viajando no ônibus da banda.
Este livro é resultado de uma exposição em São Paulo com mais de 270 fotos do catálogo de Gruen e que aconteceu entre maio de julho de 2007.
Além dos já citados, a exibição incluiu fotos de Elvis Presley, Tina Turner, Rolling Stones, Led Zeppelin, The Who, Alice Cooper, Queen, Kiss, New York Dolls, Blondie, e o brasileiro Supla. Lançado por aqui com texto português/inglês é no mínimo, obrigatório. Cosac Naify, 220 páginas.
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